O maior adversário não é o frio, mas o constrangimento de
quem… observa.
Hoje, quem viajou de metro, em Lisboa, deparou-se com esta originalidade
importada dos EUA: uma viagem de metro sem calças e de cuecas.
O dia anual da viagem de metro em cuecas começou em 2002 nos
Estados Unidos e paulatinamente alargou-se a outros países. Hoje foi notícia em
Portugal. Entre aqueles que sorriem constrangidos e aqueles que se riem, há
também quem não ache piada nenhuma, uma falta de respeito, uma americanice desavergonhada.
Estão no seu perfeito direito de se sentirem incomodados e até indignados, como
diria Mário Soares.
Eu prefiro olhar o evento com menos rigidez moral, pois aprecio a
ousadia de quem não tem medo do ridículo, de chocar sem ofender, de nos pôr a
pensar sobre os nossos pré-conceitos. E como a roupa e o corpo estão tão
ligados àquilo que pensamos dos outros, mesmo que nunca tenhamos trocado com
eles uma simples palavra!
Um aderente português à iniciativa dizia a uma repórter de
rádio que aquilo que lhe dava mais gozo era ver a cara das pessoas quando, sem
que nada o fizesse prever, começava a desapertar o cinto, desabotoar as calças
e descontraidamente baixá-las e retirá-las das pernas. Perceber a estupefação,
o incómodo, a indignação ou o sorriso.
Muitos terão pensado até que ponto
seriam capazes de uma ousadia daquelas e outros acabarão este dia a recordar que aquele foi o momento mais colorido do seu dia. Afinal não é o fim do mundo em
cuecas, mas «apenas» uma viagem de metro em cuecas.
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