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domingo, 7 de janeiro de 2018

UMA VIAGEM DE METRO EM CUECAS

O maior adversário não é o frio, mas o constrangimento de quem… observa. 
Hoje, quem viajou de metro, em Lisboa, deparou-se com esta originalidade importada dos EUA: uma viagem de metro sem calças e de cuecas.
O dia anual da viagem de metro em cuecas começou em 2002 nos Estados Unidos e paulatinamente alargou-se a outros países. Hoje foi notícia em Portugal. Entre aqueles que sorriem constrangidos e aqueles que se riem, há também quem não ache piada nenhuma, uma falta de respeito, uma americanice desavergonhada. Estão no seu perfeito direito de se sentirem incomodados e até indignados, como diria Mário Soares.

Eu prefiro olhar o evento com menos rigidez moral, pois aprecio a ousadia de quem não tem medo do ridículo, de chocar sem ofender, de nos pôr a pensar sobre os nossos pré-conceitos. E como a roupa e o corpo estão tão ligados àquilo que pensamos dos outros, mesmo que nunca tenhamos trocado com eles uma simples palavra!


Um aderente português à iniciativa dizia a uma repórter de rádio que aquilo que lhe dava mais gozo era ver a cara das pessoas quando, sem que nada o fizesse prever, começava a desapertar o cinto, desabotoar as calças e descontraidamente baixá-las e retirá-las das pernas. Perceber a estupefação, o incómodo, a indignação ou o sorriso. 
Muitos terão pensado até que ponto seriam capazes de uma ousadia daquelas e outros acabarão este dia a recordar que aquele foi o momento mais colorido do seu dia. Afinal não é o fim do mundo em cuecas, mas «apenas» uma viagem de metro em cuecas.

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