SUPERNANNY – QUAL A VERDADEIRA INTENÇÃO DA SIC?
Se era captar espectadores, chamar a nossa atenção, provocar
reações violentas e apaixonadas – já o conseguiu.
Ter a UNICEF contra, ter a
ERC inundada de queixas não augura um futuro promissor ao programa, mas isso
não quer dizer que deve ser proibido sem mais.
A SIC, ao contrário da TVI, não tem uma visão sensacionalista
do que deve ser um canal de televisão e, por regra, procurar produzir programas
onde os problemas dos cidadãos são tratados com seriedade. Há vários exemplos,
mas nenhum com crianças.
A questão seria sempre sensível, porque nunca saberemos se a
exposição mediática destas crianças não será altamente prejudicial ao seu
desenvolvimento. No entanto, no meu entender, a solução nunca pode ser terminar
com o programa, porque os problemas que ele pretende debater, orientado muitos
pais desesperados com os desafios que a conduta dos seus filhos lhes coloca, não deixam de existir com o fim do programa.
Mais do que ameaçar, desaconselhar ou punir, a UNICEF e a Comissão
Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens devem monitorizar
o programa e assegurar que ela nunca sai dos carris pedagógicos. Os problemas
não deixam de existir se os escondermos. Há muitos pais que nunca exporiam
daquele modo os seus filhos, mas que se reveem naquela impotência para tratar
de casos-limite e que gostariam de ter uma orientação profissional.
Bem enquadrado, o programa pode ser muito útil e educativo,
embora também pode pouco resolver e muito expor.
Eu arriscaria na manutenção do
programa, acompanhado de muito perto pelas entidades públicas que têm por
obrigação zelar pelos interesses das crianças. Talvez até seja um modo de muitos
pais, muitas famílias começarem a entender melhor os problemas que passam
milhares de professores nas escolas portuguesas.
E por outro lado, pelo que já
fez na área da cidadania e da intervenção social, a SIC merece que não julguemos este Supernanny como um qualquer Big Brother ou coisa pior.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário