Foto de Ueslei Marcelino / Reuters
Provavelmente nem uma
coisa nem outra. Como seria de esperar, também Lula foi apanhado na mega
operação da justiça brasileira contra a corrupção e lavagem de dinheiro, que
incriminou a nata da classe política e empresarial brasileira. Lula foi
condenado a mais de nove anos de prisão.
A resposta do antigo
presidente brasileiro foi contundente: não só recorreu da sentença como quer
concorrer à próxima eleição para presidente da República, que ocorrerá daqui a
nove meses.
Ao contrário do que seria
de esperar, Lula não perdeu popularidade entre os brasileiros e, apesar da sua
condenação em primeira instância, é um fortíssimo candidato ao mais alto cargo
da magistratura.
O que se passa hoje no
Brasil já se passou em Portugal, embora a um nível mais baixo, com o presidente
da Câmara de Oeiras.
A pergunta mais
importante que qualquer brasileiro devia fazer é a primeira: Lula é inocente? Todos
os dados e provas apontam no sentido da sua culpabilidade. Então, por que
pensam reelegê-lo? Dizer que Temer é pior, que todos os políticos que se
apresentam como candidatos fizeram ou
fazem o mesmo não é uma resposta aceitável.
Lula lutou, acendeu,
governou, asneirou e caiu em desgraça. Não são os erros de Temer que o fazem
melhor. O tempo de Lula passou. Há que agradecer-lhe tudo o que de bom fez pelo
Brasil; julgá-lo, com justiça, pelos seus erros e... seguir em frente. Escolher
alguém limpo, alguém minimamente competente e que traga novamente a esperança
ao Brasil.
Não acho que Lula seja
indecente, até porque ele também é o resultado de um caldo cultural nefasto de
corrupção, compadrio e nepotismo que domina muitas sociedades e não apenas a
brasileira.
No entanto, recandidatar-se,
usando as emoções daqueles que sempre o amaram para tentar fugir à justiça é
indecente. Todavia, maior indecência seria ter a noção que Lula é culpado e
reelegê-lo. Nessa altura, cada brasileiro dever-se-ia perguntar: e cada um de
nós é inocente ou culpado da situação que o país atravessa?
A inocência ou a culpa
pode estar na política, mas a decência cabe em primeiro lugar ao povo que vive
em democracia.
Como diria um amigo meu, povo que elege corrupto não é vítima, é conivente.
GAVB
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