Talvez não seja exagerado afirmar que a força do dinheiro
acabou de comprar os últimos resquícios de comunismo que existiam em Pequim,
quando nos apercebemos como a China não defendeu os malucos de Pyongyang do
tresloucado ataque de Trump, com o mais poderoso míssil convencional ao seu
dispor.
Ao ler, hoje que “China pediu aos seus cidadãos que saiam
da Coreia do Norte”
restam-me poucas dúvidas que Trump tem as costas livres
para atacar aquele maníaco das bombas atómicas, pois contará com a não oposição
da China (e da Rússia) no Conselho de Segurança da ONU.
Claro que corremos o risco do líder norte-coreano ser mesmo
maluco e haver uma escalada nuclear, mas penso que esse risco diminui com este
sinal da China.
E por que é que a China abandona os coreanos à sua sorte? A
razão é óbvia: os chineses têm rios de dinheiro investido nos EUA e não
pretendem pôr em risco esse investimento para sustentar a posição de um tigre
de papel.
Parece agora clara a estratégia de Trump, quando no início
do mandato falou forte e grosso para Pequim: fazer os chineses pensar que o seu
investimento em dívida pública americana estaria em perigo, para nesta altura
os ter como não-inimigos no ataque propagandístico que faria à Coreia. Com o
sorriso cúmplice de Putin, Trump fará aninhar a Coreia ao bom estilo americano
do far west.
Talvez a Coreia ainda não tenha percebido, mas está perto
do fim. É possível que os chineses ainda lhes deem a escolher a hipótese de uma
saída airosa, mas com Trump talvez isso nem seja possível.
Como não será possível à Ucrânia recuperar os territórios
que os russos lhe usurparam. Hoje por hoje, o comunismo é só um invólucro
encarquilhado que sustenta a ditadura do capitalismo a leste e a oriente.
Gabriel Vilas Boas
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