Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta Putin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Putin. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

PUTIN QUER CONTROLAR O RAP, ANTES DE O PODER ILEGALIZAR


"Se é impossível parar, então devemos liderá-lo e dirigi-lo" - disse Vladimir Putin aos seus conselheiros culturais, em São Petersburgo, na Rússia. Para o carismático líder russo o rap enferma de três enormes perigos para os jovens: incita ao uso de drogas, promove a prática desenfreada de sexo e incentiva o protesto.
Obviamente que não é o sexo nem as drogas que preocupam Putin, mas a ousadia do protesto, através do Rap. O mesmo já se tinha passado com as Pussy Riot, no passado. Vladimir Putin nasceu e cresceu num tempo em que o controlo e a repressão começavam a montante e preveniam revoltas e revoluções. Um tempo em que a comunicação não fluía nem havia acesso à informação que a Internet permite. 
Putin sente-se verdadeiramente mal num mundo livre, democrático e onde há pluralidade de opiniões. Ao contrário de outros líderes mundiais, Putin não tem feitio para exercer o poder de um modo cínico e não lhe interesse apenas o poder pelo poder nem a supremacia económica. Ele quer vergar os seus adversários, definir-lhes os gostos, moldar-lhes o espírito e o pensamento. Mas desta vez vai perder.
O rap não é um polka russa nem a Internet está ao alcance do KGB. O mundo em que Putin vive é diferente daquele onde ele nasceu. E como pessoa minimamente inteligente que é, ele vai acabar por perceber isso. Talvez por isso, ele queira «apenas» liderar para limitar o Rap, na Rússia, porque é mais provável que o Rap o ajude a destruir do que ele destrua o Rap entre os russos.

GAVB 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

A GUERRA FRIA ESTÁ DE REGRESSO?


António Guterres declarou, há pouco, no Conselho de Segurança da ONU, a propósito de mais um ataque químico ao povo sírio, que a Guerra Fria está de volta.
Percebo as afirmações do secretário-geral da ONU, o seu sentimento de impotência, raiva, medo em relação ao que se passa na Síria e a dificuldade em engolir o cinismo, a desumanidade, o descaso dos principais responsáveis mundiais. No entanto, a Guerra Fria foi (e é) outra coisa. Para haver Guerra Fria, tal como aconteceu quando o conceito nasceu, a informação não circulava com a facilidade com que hoje circula, os povos não estavam tão bem informados como hoje estão nem as opiniões públicas eram tão poderosas como as da atualidade. Por outro lado, o nível cultural, social, político e estratégico dos principais líderes mundiais era superior e não roçava a infantilidade como hoje acontece, em alguns casos. Talvez por isso o mundo corra mais riscos agora do que no passado.

A Guerra Fria foi um tempo em que os espiões eram determinantes e o jogo tático e estratégico, a nível político e militar, era altíssimo. Hoje nada disso acontece. Há reações por impulso, de gente absolutamente impreparada, assim como há vários líderes mundiais que não detêm o poder de outrora, apesar de os seus países continuarem a ser considerados muito importantes.
Por outro lado, em meados do século XX, época áurea da Guerra Fria, o poder estava concentrado nos políticos e nos militares; hoje em dia, quem manda na economia, quem detém bancos, seguradoras, multinacionais, empresas cotadas em bolsa exerce uma força muito maior sobre presidentes e primeiros-ministros.

Isso deixa-nos descansados quanto a uma possível nova guerra mundial? Não, mas, a acontecer, ela terá lugar em moldes bem diferentes dos do passado: num qualquer território pobre, abandonado, sem grandes hipóteses de se estender aos territórios das forças beligerantes. Algo parecido com aquilo que se passa hoje na Síria, onde todos parecem mais interessados em experimentar o seu armamento militar, químico, quiçá atómico, numa demonstração canibal de força, do que em devolver aos que restam daquele povo o seu território esfrangalhado.
Não é a Guerra Fria que está de volta, mas os jogos de guerra, transferidos do computador e da televisão para a realidade, e jogados por líderes irresponsáveis como Trump, cínicos como Putin ou maquiavélicos como Bashar al-Assad e Erdogan.
GAVB

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

OS AMERICANOS FORAM ENGANADOS PELOS RUSSOS, MAS CULPAM O FACEBOOK



Agora que se tornou mais que evidente que os russos conseguiram influenciar as eleições americana, ajudando à escolha de Donald Trump, através da inundação do facebook com falsas notícias/factos, os americanos começam a perceber o efeito nocivo das redes sociais.

Foi preciso o brinquedo estoirar-lhes nas mãos para perceberem que as redes sociais têm imenso poder, e que este tanto pode ser usado para o bem como para o mal. Os russos adoram mostrar como os americanos são uns tolos e por isso enganaram-nos através dos seus gananciosos brinquedos de fazer dinheiro.

É comovedor com há pouco dias um ex-administrador do Facebook se diga “tremendamente arrependido” por ter participado na construção de algo que ajuda a destruir a “forma como a sociedade funciona”. Mas soam a lágrimas de crocodilo, pois o próprio Chamath Palihapitiya acaba por confessar que dentro da empresa “no fundo todos sabiam que algo de mal podia acontecer”. O homem que teve a função de aumentar o número de utilizador do Facebook confessa, por outras palavras, que a administração do Facebook tinha consciência que estava a ser usada pela Rússia para favorecer a eleição de Trump, mas não conseguiu ou não quis parar o processo.

Nem sei qual é pior. Se podia e não fez, é que porque a ganância submergiu por completo alma de Zuckerberg; se tinha consciência da manipulação mas não a conseguiu parar é porque já não domina o monstro que criou.
Agora que os americanos percebem quanto estúpidos foram ao eleger Trump, o Facebook é o diabo que “explora as vulnerabilidades psicológicas do ser humano”. Mas isso já todos nós sabíamos e os americanos também. Eram (são) essas as regras do jogo, para quem decide aderir a uma rede social. Tornaram-se más para os americanos, porque os atingiu violentamente.


Embora os americanos comecem a abrir a pestana, ainda falham o alvo: o problema não é das redes sociais, mas deles – são demasiado estúpidos, querendo parecer muito espertos. Falta-lhe uma grande dose de humildade para distinguir o acessório do essencial. Enquanto continuarem a culpar a máquina em vez da sua mentalidade arrogante e tolinha continuarão a ser enganados facilmente por qualquer filho de Putin que suceda a este.
GAVB

terça-feira, 30 de maio de 2017

O INIMIGO AMERICANO



Markel foi dura com Trump e Macron embaraçou Putin, mas as atitudes dos líderes europeus nada Maisa​ são do que a confissão de um sentimento de mau estar e impotência face à nova configuração política mundial.
Merkel disse que já não se pode confiar na América de Trump e Marcon acusou os media russos de ingerência na vida política francesa, de conivência russa com os ataques, com armas químicas, do governo sírio, da perseguição aos gays na Tchetchénia. Putin nem sorriu nem respondeu, ao contrário de Trump que logo avisou que Merkel não perdia por esperar, lembrando que os ingleses estão de saída da União Europeia. 
Trump parece desconsiderar os europeus, onde só lhe interessa a Inglaterra, e elegeu como aliado Putin. A luta comercial será com a China.

E por que trata o presidente americano tão mal a Europa? Em primeiro lugar porque não tem nível político nem cultural para ir além da boçalidade; em segundo lugar, porque a Europa está tão fraca como nunca esteve. 
O poder da Europa residia na sua união, que foi quebrada com a saída da Inglaterra. Depois, a crise económica e a maneira miserabilista como a Alemanha quis castigar o despesismo dos países do sul (Itália incluída) quebrou a unidade, a moral e a força da União Europeia. A crise dos refugiados foi a machada final. Hoje Merkel fala quase sozinha; ninguém a segue com entusiasmo nem convicção e a França de Macron está como o tolo no meio da ponte – entre dar força à posição da Alemanha ou ser a guardiã dos mais pobres.

Sem liderança, sem União, sem convergência económica, sem alma humanitária, a Europa dos burocratas caminha para a desagregação, por mais países que entrem na UE. Trump aposta nisso e Putin também. Os chineses esperam para ver, pacientemente como é seu timbre.
É difícil caminhar com uma dívida às costas, mas também é difícil lutar contra outro gigante quando os soldados deixam de acreditar no chefe, depois de tantas injustas humilhações. Nessa altura até o mais fiel e antigo amigo parece abandonar-te.

A força dos grandes começa no Respeito pelo mais pequenos.
GAVB

quarta-feira, 3 de maio de 2017

A CHINA VAI ENTREGAR A COREIA DO NORTE A TRUMP


Talvez não seja exagerado afirmar que a força do dinheiro acabou de comprar os últimos resquícios de comunismo que existiam em Pequim, quando nos apercebemos como a China não defendeu os malucos de Pyongyang do tresloucado ataque de Trump, com o mais poderoso míssil convencional ao seu dispor.
Ao ler, hoje que “China pediu aos seus cidadãos que saiam da Coreia do Norte”
restam-me poucas dúvidas que Trump tem as costas livres para atacar aquele maníaco das bombas atómicas, pois contará com a não oposição da China (e da Rússia) no Conselho de Segurança da ONU.

Claro que corremos o risco do líder norte-coreano ser mesmo maluco e haver uma escalada nuclear, mas penso que esse risco diminui com este sinal da China.
E por que é que a China abandona os coreanos à sua sorte? A razão é óbvia: os chineses têm rios de dinheiro investido nos EUA e não pretendem pôr em risco esse investimento para sustentar a posição de um tigre de papel.
Parece agora clara a estratégia de Trump, quando no início do mandato falou forte e grosso para Pequim: fazer os chineses pensar que o seu investimento em dívida pública americana estaria em perigo, para nesta altura os ter como não-inimigos no ataque propagandístico que faria à Coreia. Com o sorriso cúmplice de Putin, Trump fará aninhar a Coreia ao bom estilo americano do far west.

Talvez a Coreia ainda não tenha percebido, mas está perto do fim. É possível que os chineses ainda lhes deem a escolher a hipótese de uma saída airosa, mas com Trump talvez isso nem seja possível.
Como não será possível à Ucrânia recuperar os territórios que os russos lhe usurparam. Hoje por hoje, o comunismo é só um invólucro encarquilhado que sustenta a ditadura do capitalismo a leste e a oriente.

Gabriel Vilas Boas