"Se é impossível parar, então devemos liderá-lo e dirigi-lo" - disse Vladimir Putin aos seus conselheiros culturais, em São Petersburgo, na Rússia. Para o carismático líder russo o rap enferma de três enormes perigos para os jovens: incita ao uso de drogas, promove a prática desenfreada de sexo e incentiva o protesto.
Obviamente que não é o sexo nem as drogas que preocupam Putin, mas a ousadia do protesto, através do Rap. O mesmo já se tinha passado com as Pussy Riot, no passado. Vladimir Putin nasceu e cresceu num tempo em que o controlo e a repressão começavam a montante e preveniam revoltas e revoluções. Um tempo em que a comunicação não fluía nem havia acesso à informação que a Internet permite.
Putin sente-se verdadeiramente mal num mundo livre, democrático e onde há pluralidade de opiniões. Ao contrário de outros líderes mundiais, Putin não tem feitio para exercer o poder de um modo cínico e não lhe interesse apenas o poder pelo poder nem a supremacia económica. Ele quer vergar os seus adversários, definir-lhes os gostos, moldar-lhes o espírito e o pensamento. Mas desta vez vai perder.
O rap não é um polka russa nem a Internet está ao alcance do KGB. O mundo em que Putin vive é diferente daquele onde ele nasceu. E como pessoa minimamente inteligente que é, ele vai acabar por perceber isso. Talvez por isso, ele queira «apenas» liderar para limitar o Rap, na Rússia, porque é mais provável que o Rap o ajude a destruir do que ele destrua o Rap entre os russos.
GAVB
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