Finalmente começa a descobrir-se que o problema não era só dos professores que retinham as notas de final do ano letivo, mas o mal estende-se a vários setores da sociedade: enfermeiros, polícias, estivadores, magistrados do Ministério Público, juízes. Demasiada gente para acharmos que o problema não está essencialmente do lado do governo.
É possível que algumas greves sejam inaceitáveis, quando põem conscientemente vidas em perigo, mas não menos inaceitáveis do que decisões do ministério das finanças que negam uma ala pediátrica digna às crianças do IPO do Porto ou retiram a proteção civil ao país quando as temperaturas superavam os 30º, apenas porque estávamos em Outubro. Inaceitável é não assumir as mortes de Borba como responsabilidade do Estado, porque as estradas eram camarárias.
Inaceitável é mentir e enganar professores, enfermeiros, magistrados, juízes, guardas prisionais, polícias.
Inaceitável é aumentar o salário mínimo em 20 euros, quando França aumentou 100 euros e os espanhóis, com um nível de vida semelhantes aos portugueses, recebem no mínimo 900 euros, por mês.
Inaceitável é ter eleitos da nação a receberem por viagens que não fizeram, a marcar presenças, onde não estiveram, a receberem parte de ordenados sem tributação fiscal.
Inaceitável é tentar jogar com os sentimentos mais puros dos cidadãos apenas para proveito político, como se os portugueses fossem tontos e não percebessem a grande desfaçatez de toda esta gente que se governa em vez de nos governar.
GAVB
Ora aí está!
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