É verdadeiramente surreal que mais de trinta professores portugueses contratados no início do ano letivo pela Escola portuguesa de São Tomé e Príncipe, tutelada pelo Ministério da Educação Português, estejam em situação ilegal, naquele país africano de língua oficial portuguesa porque ainda não têm vistos de permanência.
Começaram a trabalhar com um visto de turista, imagine-se, e agora caíram na ilegalidade, havendo multas a pagar e um processo de legalização por concluir.
como é possível que o ME português tenha deixado os seus professores caíram numa situação tão degradante, constrangedora e ilegal? é possível, porque no ME não se sabe trabalhar com eficiência e qualidade. Os trabalhadores deste ministério são muitas vezes abandonados à sua sorte, sem o mínimo de proteção legal ou social.
Jamais os Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros deviam ter permitido que os professores embarcassem para São Tomé sem que a sua situação contratual e legal estivesse realmente estabelecida, mas o pouco profissionalismo aliado a um facilitismo inadmissível ditou infelizes regras.
No entanto, não se ficam por aqui as queixas dos professores portugueses a lecionar em São Tomé e Príncipe, pois o ME trata de maneira bem diferente os professores do quadro e os contratados: aos do quadro, paga-lhes alojamento, viagens e seguro familiar, além do salário correspondente ao que teriam em Portugal; aos contratados, nega-lhes o subsídio de arrendamento e não comparticipa no custo das viagens nem lhes oferece qualquer seguro de saúde. Aberrante, injusto, imoral.
GAVB
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