Provavelmente das melhores notícias que o governo português conseguiu dar ao país nos últimos meses: finalmente o salário mínimo chegará aos 600 euros, já a partir de 2019. Ainda é um salário verdadeiramente mínimo e de subsistência, mas nota-se uma progressão sustentada e coerente, o que não acontece em mais nenhum patamar remuneratório.
A decisão do governo acabou por privilegiar os mais pobres, o que é entendível e até defensável.
Apesar de perceber que 600 euros por mês deixam milhões de portugueses no limiar da pobreza, não deixo de tomar nota do consistente esforço deste e doutros governos na tentativa de valorizar minimamente quem trabalha.
Há dez anos o salário mínimo estava nos 450 euros. (evolução do salário mínimo nacional)
Volvida uma década, percebe-se que aumentou um terço do seu valor de então. Ainda há um caminho a fazer, mas julgo que agora ele deve ser feito olhando também para os salários que se situam entre o salário mínimo e o salário médio. Esse deve ser o desafio da próximo década, a nível salarial, em Portugal, percebendo que o salário é apenas uma parte da equação do rendimento dos portugueses, pois o que realmente importa é aumentar o valor disponível para cada cidadão ou família.
Além do salário, há outras áreas em que será desejável uma mudança, como a baixa generalizada dos impostos, pois releva pouco a subida do ordenado quando mais de 30% dele é consumido em impostos direitos e indiretos.
Aguardemos para perceber se os próximos passos serão em falsos ou uma decisão firme de construir um paradigma salarial diferente do atual.
GAVB
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