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quinta-feira, 18 de maio de 2017

JÁ ERA DE TEMER O PIOR


Não foi preciso esperar muito tempo para vermos aquilo que quase todos temiam: também o presidente Temer seria apanhado nas teias da corrupção. Ontem, o Globo divulgava uma gravação, onde o presidente brasileiro foi apanhado a autorizar o pagamento de um suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha.
Toda a gente sabe como Temer chegou ao poder – destituição da presidente Dilma – e com que bases formou o seu governo. Temer não ganhou eleições, Temer não inspirava confiança, Temer apenas se aproveitou das circunstâncias políticas lamentáveis e degradantes a que chegou o PT de Lula e Dilma para se apoderar do cargo mais importante da nação. Foi uma tomada de poder legal mas ilegítima.

Claro que Temer podia ter aproveitando para formar um governo exemplar, privilegiando a correção de procedimentos administrativos, a lisura política, mas o seu passado indicava quase um regresso ao tempo do coronéis em que não se tinha pejo em usar a corrupção, o poder discricionário, o nepotismo para fazer vingar ideias e projetos injustos e negativos para a generalidade da sociedade.


Temer foi apanhado numa cilada porque um homem que tem poder tem inimigos, mas também porque o seu ADN é este mesmo. Temer não percebeu que a sociedade da informação aberta e instantânea não permite filtros nem protege ninguém, por mais poderoso que seja. Por isso, poucas horas depois da delação se ter tornado pública já o Supremo Tribunal Brasileiro confirmava a abertura de um inquérito por corrupção ao presidente do Brasil.
É provável que Temer caia como Dilma caiu e Lula também recolheu ao aquário. 
A desgraça do Brasil, no entanto, está muito para além de Temer, Lula, Dilma ou Collor de Mello; a desgraça do Brasil é que parece que a corrupção no país é endémica. Desmascarar, punir, prender é muito mais fácil do que mudar uma mentalidade enraizada durante séculos. Mais uma triste herança portuguesa que o sol ampliou.

GAVB 

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