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quarta-feira, 24 de maio de 2017

PORTUGAL NO TOP 5 DA OBESIDADE INFANTIL EUROPEIA


Talvez seja mais uma consequência da crise económica de que lentamente saímos, talvez seja a lenta incorporação da mentalidade americana de comer, talvez seja um descuido fatal, mas a verdade é que Portugal já é o quinto país mais obeso da Europa, quando falamos de crianças.
Sim, crianças, aqueles seres fantásticos de quem quase todos dizem ter superiores interesses a defender e pelos quais os pais são capazes dos maiores sacrifícios. Sim, escrevo sobre as crianças, cuja alimentação é assegurada pela Escola em 30% ou 40%.


Há muito trabalho a fazer, a vários níveis. As mentalidades não mudam instantaneamente, mas há decisões a tomar, dentro da esfera pública, urgentemente.
Melhorar a qualidade e apresentação daquilo que se come na Escola é fundamental, ainda que isso possa implicar algum aumento de despesa. As crianças têm de ter prazer em comer aquilo que é servido na Escola. A qualidade dos ingredientes, a competência técnica de quem os confecciona e o empenho de pais e professores na melhoria da imagem da cantina junto dos alunos são alguns dos passos que têm de ser dados, com maior firmeza na Escola Pública Portuguesa.

Nesse sentido, a iniciativa conjunta do Agrupamento de Escolas de Amarante e da Ordem dos Nutricionistas, à volta do Projeto “Ver para Querer”, que mobilizou professores, alunos, técnicas da Ordem dos Nutricionistas, constituiu uma autêntica pedrada no charco no marasmo da educação para a saúde alimentar no concelho de Amarante. Obviamente que esta iniciativa serviu «apenas» para lançar a primeira pedra de um novo edifício alimentar de parte da juventude amarantina, mas teve o mérito de atirar à terra as primeiras sementes de um colheita que se espera ser bem mais saudável e menos pesada.
A comida, a sua apresentação e sedução, tem ocupado o panorama mediático nos últimos anos. É à mesa que nos entendemos, que convivemos, que negociámos, mas também é à mesa que perdemos alguma da nossa saúde. Está mais que na altura de introduzir o magno conceito de comer saudável, com requinte e com prazer. Não é de todo impossível.


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