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segunda-feira, 22 de maio de 2017

DESVINCULAÇÃO DE ARTISTA


Dentro de algumas semanas, o Ministério da Educação promete vincular extraordinariamente mais de três mil professores. Numa espécie de vinculação mínima e justiça tardia, o MEC prepara-se para fazer um grande estardalhaço com a medida, lá para o verão, em plena campanha eleitoral autárquica.

Pelo meio, foi deixando de fora dezenas de milhares de professores contratados, com regras e regrinhas feitas à medida para excluir a maioria. Numa dessas alíneas absurdas incluiu os professores do ensino artístico. Obviamente é fácil excluí-los: são poucos, quase nenhum pode cumprir os critérios de banda curta que o Ministério impôs, pois o ensino artístico só é uma aposta mais ou menos consistente  do MEC há poucos anos.
A Fenprof fez questão de explicar ao Governo aquilo que ele sempre soube: aquelas regras de vinculação extraordinária de professores excluíam quase automaticamente os professores do ensino artístico, colocando fora da luta os professores de música, dança, teatro, etc, mas o MEC encolheu os ombros como Pilatos lavou as mãos.

Tem sido assim há décadas com os professores em geral e com os contratados em particular. Agora especializaram-se em fazer regras tristes para o ensino artístico.
É nestas pequenas/grandes atitudes que o MEC mostra aos professores, alunos e encarregados de educação qual o seu real compromisso com a introdução do ensino artístico na escola pública. Para este como para outros governos, o ensino artístico é muito bonito, faz imensas flores, mas só existirá se o MEC tiver dinheiro para extravagâncias. E isso é para se ver ano a ano.

Lá no fundo pensam como Crato: o essencial é Português e Matemática, pois a arte é a sobremesa da educação – só se come em tempos de desafogo financeiro.

Na verdade pouco há de novo: há uns meses as escolas artísticas desesperavam por verbas do MEC para pagar, aos professores, os seus ordenados, portanto como poderiam os professores do ensino artístico almejar a ser tratados como os demais? Não podiam, claro que não podiam…
GAVB


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