Dentro de algumas
semanas, o Ministério da Educação promete vincular extraordinariamente mais de
três mil professores. Numa espécie de vinculação mínima e justiça tardia, o MEC
prepara-se para fazer um grande estardalhaço com a medida, lá para o verão, em
plena campanha eleitoral autárquica.
Pelo meio, foi deixando
de fora dezenas de milhares de professores contratados, com regras e regrinhas
feitas à medida para excluir a maioria. Numa dessas alíneas absurdas incluiu os
professores do ensino artístico. Obviamente é fácil excluí-los: são poucos,
quase nenhum pode cumprir os critérios de banda curta que o Ministério impôs,
pois o ensino artístico só é uma aposta mais ou menos consistente do MEC há poucos anos.
A Fenprof fez questão
de explicar ao Governo aquilo que ele sempre soube: aquelas regras de vinculação
extraordinária de professores excluíam quase automaticamente os professores do
ensino artístico, colocando fora da luta os professores de música, dança, teatro,
etc, mas o MEC encolheu os ombros como Pilatos lavou as mãos.
Tem sido assim há décadas
com os professores em geral e com os contratados em particular. Agora especializaram-se
em fazer regras tristes para o ensino artístico.
É nestas pequenas/grandes
atitudes que o MEC mostra aos professores, alunos e encarregados de educação
qual o seu real compromisso com a introdução do ensino artístico na escola pública.
Para este como para outros governos, o ensino artístico é muito bonito, faz
imensas flores, mas só existirá se o MEC tiver dinheiro para extravagâncias. E isso
é para se ver ano a ano.
Lá no fundo pensam como
Crato: o essencial é Português e Matemática, pois a arte é a sobremesa da
educação – só se come em tempos de desafogo financeiro.
Na verdade pouco há de
novo: há uns meses as escolas artísticas desesperavam por verbas do MEC para
pagar, aos professores, os seus ordenados, portanto como poderiam os professores
do ensino artístico almejar a ser tratados como os demais? Não podiam, claro
que não podiam…
GAVB
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