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quinta-feira, 4 de maio de 2017

ENTÃO O SUPER MARCELO AINDA NÃO LEVOU O SEU AFETO A ALMEIDA?




O concelho de Almeida, no distrito da Guarda, vive dias de agitação com a decisão da administração da Caixa Geral de Depósitos em fechar o único balcão que a CGD tem no concelho. Os almeidenses estão revoltados, indignados e isolados neste protesto.
         O presidente da Caixa nem se digna atender o Presidente da Câmara de Almeida, o primeiro-ministro não tem uma palavra e o Presidente da República, sempre tão solícito, preocupado e atento aos problemas dos mais desfavorecidos também se esqueceu da população de Almeida.
         
Considero a atitude de Paulo Macedo chocante. Ele é um nomeado pelo governo para a direção de um banco público, ou seja, em última análise, um empregado do povo português; já o Presidente da Câmara de Almeida foi eleito pelo povo, é o seu representante. Como é possível a um empregado (por mais poderoso que seja) dizer que não recebe o representante do patrão? E ninguém no Ministério das Finanças chama a atenção a Paulo Macedo? Também chocante é a atitude do primeiro-ministro, embora não seja surpreendente. Ele é o chefe do governo de Portugal, isto é, tem de ter uma visão social do problema e não apenas económica. 


Foi por causa dessa importância social e estratégica da CGD que o povo (através dos seus representantes – deputados) concordaram em se endividar mais cinco mil milhões de euros para restruturar a CGD, que é como quem diz, tapar os buracos deixados pelos amigos dos anteriores governantes. E agora António Costa não tem uma intervenção, impondo a manutenção do balcão de Almeida, por meia dúzia de migalhas? Será que Costa tem a noção da bárbara injustiça que isso significa? Com que lata nos falará ele de coesão social, de justiça redistributiva?

E Marcelo? Por onde anda o super-homem português que não deixa na mão um sem-abrigo, que foi a um ensaio da companhia Cornucópia, pressionando, de seguida, o ministro da Cultura para salvar a Companhia teatral de Luís Miguel Cintra (curiosamente a Companhia fechou mesmo, mas o Estado comprou o seu acervo – milagres culturais…) e agora ainda não teve uma palavra, um telefonema, uma selfie que seja, de apoio à gente de Almeida.
Uma agência da Caixa não custa assim tanto manter. Há concelhos tão pequenos como Almeida que mantêm agências da Caixa e de outros bancos. Almeida ficará sem nada. Afinal de contas o que significa ser concelho se até um mísera agência do banco público não consegue ter?

Gabriel Vilas Boas     

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