O concelho de Almeida, no distrito da Guarda, vive dias de
agitação com a decisão da administração da Caixa Geral de Depósitos em fechar o
único balcão que a CGD tem no concelho. Os almeidenses estão revoltados,
indignados e isolados neste protesto.
O presidente
da Caixa nem se digna atender o Presidente da Câmara de Almeida, o primeiro-ministro
não tem uma palavra e o Presidente da República, sempre tão solícito,
preocupado e atento aos problemas dos mais desfavorecidos também se esqueceu da
população de Almeida.
Considero a
atitude de Paulo Macedo chocante. Ele é um nomeado pelo governo para a direção
de um banco público, ou seja, em última análise, um empregado do povo
português; já o Presidente da Câmara de Almeida foi eleito pelo povo, é o seu
representante. Como é possível a um empregado (por mais poderoso que seja)
dizer que não recebe o representante do patrão? E ninguém no Ministério das Finanças
chama a atenção a Paulo Macedo? Também chocante é a atitude do primeiro-ministro,
embora não seja surpreendente. Ele é o chefe do governo de Portugal, isto é,
tem de ter uma visão social do problema e não apenas económica.
Foi por causa
dessa importância social e estratégica da CGD que o povo (através dos seus
representantes – deputados) concordaram em se endividar mais cinco mil milhões
de euros para restruturar a CGD, que é como quem diz, tapar os buracos deixados
pelos amigos dos anteriores governantes. E agora António Costa não tem uma
intervenção, impondo a manutenção do balcão de Almeida, por meia dúzia de
migalhas? Será que Costa tem a noção da bárbara injustiça que isso significa?
Com que lata nos falará ele de coesão social, de justiça redistributiva?
E Marcelo? Por onde anda o super-homem português que não deixa
na mão um sem-abrigo, que foi a um ensaio da companhia Cornucópia,
pressionando, de seguida, o ministro da Cultura para salvar a Companhia teatral
de Luís Miguel Cintra (curiosamente a Companhia fechou mesmo, mas o Estado
comprou o seu acervo – milagres culturais…) e agora ainda não teve uma palavra,
um telefonema, uma selfie que seja, de apoio à gente de Almeida.
Uma agência da Caixa não custa assim tanto manter. Há
concelhos tão pequenos como Almeida que mantêm agências da Caixa e de outros
bancos. Almeida ficará sem nada. Afinal de contas o que significa ser concelho
se até um mísera agência do banco público não consegue ter?
Gabriel Vilas Boas
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