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quinta-feira, 2 de julho de 2015

A TORRE DE BABEL, de Pieter Brueghel, o Velho




No livro do Génesis narra-se que os homens decidiram construir «uma cidade e uma torre cujo topo tocasse o céu». Yahveh vê neste ato uma manifestação do orgulho humano que deseja igualar-se a Deus e decide castigar o Homem com a chamada «Confusão das línguas». Assim os homens não conseguiram entender-se ao falar, motivo pelo qual a torre nunca foi terminada.
Alguns críticos interpretam o tema da torre da Babel como um símbolo da loucura humana enquanto outros viram nele um ato de fé otimista no progresso humano.

Interessado pelo mito, Pieter Brueghel, o Velho, representou uma imensa torre onde evidenciou a sua enorme sabedoria sobre construções arquitetónicas. Assim, com todo o pormenor, representou etapas da referida construção, permitindo-nos descobrir os procedimentos técnicos levados a cabo neste imenso monumento.
Viu-se nesta grandiosa arquitetura uma reminiscência do Coliseu Romano, ruína que estimulou, sem dúvida, a fantasia de Brueghel.
À esquerda da composição, podemos observar uma cidade azul em miniatura que apresenta edifícios de tetos góticos que se aprumam. À direita aparece representado um porto com numerosos navios. No entanto, nada disto prejudica a visão integral da grandiosa torre, a qual se ergue como protagonista indiscutível da pintura.

Num primeiro plano e à esquerda da pintura aparece representado o séquito de Nemrod, o arquiteto da torre. Este explica ao monarca todos os pormenores da colossal obra. Entretanto, os canteiros continuam, indiferentes, o seu trabalho.
Se olharmos o quadro a partir de cima, podemos observar o interior da torre, bem como as atividades humanas aí desenvolvidas.
 Para vermos esta obra-prima de Brueghel, o Velho, temos de nos deslocar à capital da Áustria, Viena, e entrar no magnífico museu Kunsthistorisches. Além de vários quadros de Brueghel, há telas de Rubens, esculturas de Canova, frescos de Michael Munkaczy. A maioria das obras da coleção do museu provém, da casa imperial dos Habsburgo e o grosso das obras do acervo do museu situa-se entre o século XVII e 1800.

Gabriel Vilas Boas

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