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sábado, 22 de março de 2014

JACK NICHOLSON, melhor é quase impossível

Jack Nicholson é um ator fabuloso.
Não apenas por ser o mais galardoado homem de Hollywood ou ter já uma dúzia de nomeações para os óscares ou ser um dos únicos atores que, durante cinco décadas, conseguiu obter uma nomeação para óscar em todas elas, mas, sobretudo por assinar uma carreira artística produtiva, versátil e extraordinária. Os prémios apenas lhe fazem justiça.
Nicholson nunca foi um sex-symbol do cinema; os heróis da história costumavam ser os outros e não se pode dizer que desde miúdo se percebia que estávamos perante um predestinado da representação. Mesmo assim, ele chega ao século XXI e é uma lenda da sétima arte.
                A sua ligação ao cinema começou pela base, pois o seu primeiro emprego foi o de paquete nos estúdios da MGM. As aulas de arte dramática e os conhecimentos que foi travando abriram-lhe a possibilidade de se estrear como ator em 1958, no filme The Cry Baby Killer. Uma década mais tarde tem a sua grande oportunidade em Easy Rider. Aproveitou-a na plenitude, sendo nomeado para óscar, na categoria de ator secundário.
Jack tornava-se uma estrela em ascensão e haveria de ser um habituée das galas de Hollywood. Já nomeado para a categoria de melhor ator, o seu nome foi pronunciado sucessivamente em 1970 (“Destinos Opostos”), 1973 (“O Último Dever”) e 1974 (“Chinatown”). Nicholson não deixa dúvidas a ninguém: era um ator de mão cheia e os seus méritos dramáticos não ofereciam dúvidas a ninguém. Em 1974, o festival de Cannes premiou-o na categoria de melhor ator pelo seu desempenho em “O Último Dever”, o que antecipou a consagração em 1975, quando ganhou o óscar de melhor ator com o filme “Voando sobre um ninho de Cucos”, onde teve uma atuação surpreendente e ímpar, superando as melhores expectativas.
                Se antes deste filme (e também depois), Jack era apontado como um dotado para encarnar a figura do vilão, o papel de McMurphy parece ter vindo a calhar. Ainda hoje é difícil imaginar outro ator que não Jack Nicholson para vestir a pele daquele rebelde, meio louco, que instala a revolta no interior duma instituição psiquiátrica para onde foi remetido quando se fez passar por doente mental para escapar da prisão.
                A década de 80 trará novas nomeações: Reds, Laços de Ternura, A Honra dos Padrinhos, Estranhos na Mesma Cidade. No entanto, só subiu ao palco uma vez para receber o óscar de melhor ator secundário em “Laços de Ternura” (1983).
                A nomeação para a mesma categoria pelo seu papel em “Uma Questão de Honra”, 1996, também não lhe trouxe novo óscar, mas isso em nada abalou o prestígio de Nicholson, como não lhe estragaram o currículo as participações em películas como Batman (1989), na qual esteve excelente na pele de Joker.
                Não obstante, Jack Nicholson haveria de voltar à ribalta pouco tempo depois, quando arrecada o seu terceiro óscar pela sua superlativa interpretação em "As good as it gets" – “Melhor é impossível”, onde surge sublime no papel de um escritor de romances de sucesso, racista, homofóbico, misantropo e antissemita. Nesse filme, Nicholson contracena com Helen Hunt que vence na categoria de melhor atriz. Curiosamente o mesmo fenómeno já tinha acontecido em 1975, quando Jack Nicholson brilhou e fez brilhar Louise Fletcher em “Voando Sobre um Ninho de Cucos”.
                A primeira década deste século não trouxe mais nenhum óscar, mas as nomeações não deixaram de existir: About Schmidt (2002) e The Departed (2006) mostram que o monstro ainda está vivo, apesar de faltar um mês para completar 77 anos.
Quando olhamos para a sua carreira, quase que apetece citar o título do seu último grande triunfo: “Melhor é Impossível”.
Gabriel Vilas Boas

1 comentário:

  1. " MELHOR É IMPOSSÍVEL"!!! ADOREI... JACK NICKOLSON, SEM IR AO CINEMA... EXCELENTE! PARABÉNS GABRIEL!!!

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