Dada a importância que
julgo ter a problemática da utilização da COR na Arquitectura, este “post”
aborda a correta utilização das cores como importante aliado para o equilíbrio
dos ambientes e daqueles que os habitam.
A cor é um dos elementos
primordiais para a criação e definição dos espaços, sendo encarada como forma
de expressão, tendo uma simbologia própria.
A percepção das divisões,
de um qualquer edifício, é influenciada pela cor, que afecta a noção de tamanho
e formato do espaço.
A cor também é responsável pelas sensações que
o ambiente proporciona. A aplicação correcta das cores pode aumentar a eficácia
nas diversas actividades, estimular o intelecto, reduzir ou aumentar a
luminosidade, diminuir o esforço visual, contribuir para a segurança e como já
foi referido, ampliar ou reduzir espaços.
As sensações que a cor
produz levam-nos a classifica-la como tendo uma qualidade térmica puramente
psicológica. Dizemos, assim, que existem cores quentes (vermelho, laranja) e cores
frias (verde, azul).
Exemplos de como as cores
são importantes auxiliares para modificar as superfícies e os volumes.
(A) uma cor escura no chão traz certamente
uma solidez ao espaço de uma divisão, mas reduz a sua superfície.
(B) No tecto, a cor escura baixa a altura do
pé direito; na parede dá uma profundidade misteriosa ou então aproxima o plano,
mas no caso de ser usado nas quatro paredes “aperta” o espaço.
(C) para corrigir uma má proporção (um quarto
muito longo ou muito estreito) a cor escura colocada na parte a aproximar e a
cor clara sobre a parte que queremos alargar, transformam ao olhar a proporção
geral. Elas podem modificar a luminosidade de uma dependência.
As cores absorvem e refletem a luz de
maneiras muito diferentes. Uma cor clara no chão dá a impressão de uma
superfície maior; no tecto ela aligeira e dá altura; posta sobre as quatro
paredes alarga o volume geral, por isso ela é recomendada para as dependências
pequenas.
(D) Regra geral, o branco, os amarelos, os beijes,
são luminosos e podem alegrar agradavelmente uma dependência escura e não
precisam de muita luz no período nocturno.
(E) os beijes escuros, os rosas, os bordeaux
e os cinzentos pálidos absorvem mais a luz e reflectem menos.
(F) Os azuis, os verdes e todos os derivados
precisam de mais luz para vibrar, quer seja de dia ou de noite. Convém empregá-los
em locais bem expostos e que tenham grandes aberturas para o exterior. No chão,
os tapetes claros dão luminosidade enquanto os tapetes escuros escurecem, o que
é de evitar em ambientes mal iluminados.
Harmonia
indispensável
Para conseguir dar num espaço uma atmosfera
agradável é necessário compor uma harmonia a partir de todos os elementos:
cortinas, sofás, tapetes, …
Caso
opte por uma maior “liberdade”, pode-se escolher duas ou três cores de base às
quais se juntam as cores neutras, branco, preto e cinzento.
De entre as cores de base, as cores dos
móveis, tal como a do chão, contam sobretudo quando as dependências são
pequenas. A harmonia pode ser policromática (ex: verde vermelho cinza, ou, azul
ouro negro). Ela também pode ser composta de dois ou três cores muito próxima no das cores (ex. amarelo
esverdeado, verde amarelado e verde).
Ou então, composto por “dégradés” de um tom
que vai aclarando com a cor branca(ex. castanho, camel e beije). Esta harmonia
monocromática precisa, na sua delicadeza, de ser sustentada discretamente por um
pouco de branco, de cinza e de preto que separam os tons e evitam que eles se
confundam.
Aqui
deixo algumas ideias / dicas que podem ajudar a melhor compreender esta
temática.
Se tiver receio de arriscar numa cor, tente
primeiro “pintalgar” o espaço com a cor eleita, com objectos decorativos,
almofadas, puff’s, quadros. Ou então arisque mais um pouco e escolha uma parede,
em que foque toda a sua atenção. Tem de ter em conta que essa parede irá
realçar tudo aquilo que sobre ela estiver colocado.
Também há que ter em atenção que, em casas
pequenas, se conseguirmos que o pavimento seja todo igual, o espaço vai parecer
maior, pela continuidade de cor. Ele vai dar a noção da continuidade de
espaços.
Cores quentes (vermelho, amarelo e laranja) e
fortes reduzem o espaço porque dão sensação de proximidade, as frias (azul,
verde, violeta)e claras, pelo contrário, dão a ilusão de profundidade, ampliando
os ambientes. Os primeiros serão de evitar em quartos, visto estes terem um
aspecto excitante e acelerador, precisamente o contrário das cores frias, que
remetem ao relaxamento e tranquilidade.
Para tornar mais aconchegante, recorra a tons
quentes.
A sala de estar, por exemplo, fica mais
agradável em tons um pouco mais quentes do que toda branca, mas atenção com a
cor que escolhe para fundo da televisão, pois esta influencia o visionamento
correcto das imagens.
Uma parede colorida numa sala quadrada ajuda
a quebrar a simetria. As cores também podem dividir ambientes, como são os
casos de salas que servem de estar e de jantar. Uma única parede pintada num
tom forte ajuda a delimitar a área de refeições. Para aproximá-la, use cores
quentes. Se a intenção for afastá-la, frias.
Para quem quer estar na moda, é ir ver a
pagina da Pantone!!!
Teresa
Beyer
O post está muito interessante ao abordar, no concreto!, a problemática do uso da cor. Mas cor interior de casa, para mim, será sempre branco. Imaculadamente branco! A cor é acrescento posterior, só vem depois.
ResponderEliminarO branco é eterno, é a primeira opção normalmente, no entanto o branco conte em si muitas outras, o imensidão, o magnólia, o gelo, etc etc etc...as hipóteses são imensas. T.B.
EliminarA postagem é muito bela para mim!!! Adoro as divisões das casas de cor branca ou beije. Mas há salas, que uma parede pintada com uma cor quente ( laranja ou vermelho escuro ) ficam espetaculares. Se for uma sala com uma Lareira em Pedra, esta parede pintada fica maravilhosa!!! Obrigada.
ResponderEliminarObrigada. Portugal tem a tendência para os brancos, quer nos interiores quer nos exteriores, poderá ver-se uma casa ou outra com cores nas paredes mas habitualmente escolhe-se entre o branco e o beije (um pouco mais quente) para posteriormente se colocar uns quadros, ou fotografias. Pensa-se que uma cor iria "perturbar" a visualização dos quadros, mas é curioso que num dos mais espectaculares Museus espanhóis use cores nas paredes, e elas não "abafam" as telas...já repararam?! (falo do Museu do Prado, Madrid). Também não é vulgar ver-se casas pintadas exteriormente de vermelho, azul, rosa, verde, como existem em tantos países eslavos. Como um amigo me disse: "vocês são da terra das casas brancas e telhados vermelhos"... T.B.
EliminarEu também amo o branco! Mas há uns anos, cansei-me e resolvi pintar as salas da minha casa de bege e a parede da lareira de uma cor de vinho Bordeaux, bem ousada. E toda a gente gosta, a sala ficou muito mais aconchegante. Muito obrigada pelas dicas e pelo simpático texto.
ResponderEliminarRosa Maria Fonseca
Obrigada. Deve ter ficado muito bonita, são cores que ligam muito bem e que fazem ambientes muito acolhedores e com um toque de sofisticação e ao mesmo tempo de clássico. T.B.
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