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sexta-feira, 28 de março de 2014

A ÁGUA COMO ELEMENTO ARQUITETÓNICO

A água foi ao longo da história um factor impulsionador e condicionador da paisagem. O homem acrescentou à componente vital e utilitária da água, a simbólica, a religiosa e a estética.
Desde sempre os povos optaram por se fixar em locais próximos da água, preferencialmente água doce. Este elemento é essencial à permanência das sociedades, pois é ele também muitas vezes o motivo para o abandono dos territórios, veja-se o caso dos vales férteis do Nilo.
Já na antiga Babilonia a água era elemento fulcral, com os seus jardins suspensos e a sua complexa rede de canais. A relevância da água está também patente nas culturas como a romana e a árabe.

No processo de humanização da paisagem, revelaram-se importantes as qualidades estéticas, que um elemento como a água trouxe ao desenho paisagístico.

Num desenho urbanístico ou de um jardim, o elemento água pode ocasionar um ponto focal criando profundidade ao espaço ou servir como elemento central na sua composição. Devido às suas propriedades reflectoras, a água é utilizada por exemplo, para dar destaque a um edifício, a uma árvore em particular ou a um elemento escultórico através da sua reflexão num espelho de água.
Se pretendermos reforçar uma sensação de calma e tranquilidade num determinado espaço, podemos recorrer à serenidade da água; por outro lado, o movimento de um pequeno curso de água ou a energia causada pela profusão de água que cai numa cascata, trazem força e vigor à paisagem. No entanto esta profusão, se bem trabalhada, pode criar um som de acalmia.

A sua utilização serve tanto para ciar um ambiente refrescante e recreativo como pode servir de barreira sonora a um ruído desagradável.
Atualmente, o uso da água nos projetos vai muito para além do jardim e acentua-se à escala da paisagem. O paradigma é adequar e equilibrar a intervenção ao local, garantir a continuidade das estruturas ecológicas e culturais.
Os arquitetos também recorrem frequentemente a este elemento não só para climatização dos espaços, visto este ter a função de arrefecimento, mas também o usam para marcar, delimitar ou mesmo para evidenciar um ponto de interesse.

Exemplos:
Fonte – como elemento central na composição de um jardim, pátio ou praça.
Recriação de cascata – pode ser uma recriação da natureza ou então minimalista, com uma simples “lâmina” de água.

Espelho de água – elemento muitas vezes estrutural ou de enquadramento, reflete serenamente o ambiente que o rodeia e o céu.

Canal de água – elemento estrutural e integrador; estabelece a separação/união de áreas e gera percursos.

Lago – pode surgir como elemento principal da composição arquitetónica, ocasiona uma relação natural e ecológica, possibilita a preservação da flora e da fauna aquática.

Teresa  Beyer

6 comentários:

  1. Gostei muito. Sou muito sensível ao uso deste recurso - água - integrado na arquitectura de que o tradicional riad é exemplo maior.

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    1. É curioso pensarmos que são os povos e culturas que menos água têm que melhor a usam... Não acho que Portugal faça um aproveitamento inteligente deste recurso.

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    2. Apesar de termos ficado com algumas influencias da cultura árabe, não se verifica muita no campo do urbanismo e da arquitectura. É uma pena não termos "aprendido" com os árabes como usar a água e como rentabilizar este recurso. Os espanhóis souberam fazê-lo melhor...
      T.B.

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  2. EXCELENTE ABORDAGEM À ÁGUA COMO ELEMENTO ARQUITETÓNICO!!! BELÍSSIMAS FOTOS!GOSTEI MUITO. PARABÉNS.

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    1. É muito interessante pensar que um arquiteto pode aproveitar tanto do que existe na natureza para criar ou recriar. Não achas Ana?

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    2. Obrigada Ana mais uma vez! T.B.

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