A
água foi ao longo da história um factor impulsionador e condicionador da
paisagem. O homem acrescentou à componente vital e utilitária da água, a
simbólica, a religiosa e a estética.
Desde
sempre os povos optaram por se fixar em locais próximos da água,
preferencialmente água doce. Este elemento é essencial à permanência das
sociedades, pois é ele também muitas vezes o motivo para o abandono dos
territórios, veja-se o caso dos vales férteis do Nilo.
Já
na antiga Babilonia a água era elemento fulcral, com os seus jardins suspensos
e a sua complexa rede de canais. A relevância da água está também patente nas
culturas como a romana e a árabe.
No
processo de humanização da paisagem, revelaram-se importantes as qualidades
estéticas, que um elemento como a água trouxe ao desenho paisagístico.
Num desenho
urbanístico ou de um jardim, o elemento água pode ocasionar um ponto focal criando
profundidade ao espaço ou servir como elemento central na sua composição.
Devido às suas propriedades reflectoras, a água é utilizada por exemplo, para
dar destaque a um edifício, a uma árvore em particular ou a um elemento
escultórico através da sua reflexão num espelho de água.
Se
pretendermos reforçar uma sensação de calma e tranquilidade num determinado espaço,
podemos recorrer à serenidade da água; por outro lado, o movimento de um
pequeno curso de água ou a energia causada pela profusão de água que cai numa
cascata, trazem força e vigor à paisagem. No entanto esta profusão, se bem
trabalhada, pode criar um som de acalmia.
A
sua utilização serve tanto para ciar um ambiente refrescante e recreativo como
pode servir de barreira sonora a um ruído desagradável.
Atualmente,
o uso da água nos projetos vai muito para além do jardim e acentua-se à escala
da paisagem. O paradigma é adequar e equilibrar a intervenção ao local,
garantir a continuidade das estruturas ecológicas e culturais.
Os
arquitetos também recorrem frequentemente a este elemento não só para
climatização dos espaços, visto este ter a função de arrefecimento, mas também
o usam para marcar, delimitar ou mesmo para evidenciar um ponto de interesse.
Fonte
– como elemento central na composição de um jardim, pátio ou praça.
Recriação
de cascata – pode ser uma recriação da natureza ou então minimalista, com uma
simples “lâmina” de água.
Espelho
de água – elemento muitas vezes estrutural ou de enquadramento, reflete
serenamente o ambiente que o rodeia e o céu.
Canal
de água – elemento estrutural e integrador; estabelece a separação/união de
áreas e gera percursos.
Lago
– pode surgir como elemento principal da composição arquitetónica, ocasiona uma
relação natural e ecológica, possibilita a preservação da flora e da fauna
aquática.
Teresa Beyer
Gostei muito. Sou muito sensível ao uso deste recurso - água - integrado na arquitectura de que o tradicional riad é exemplo maior.
ResponderEliminarÉ curioso pensarmos que são os povos e culturas que menos água têm que melhor a usam... Não acho que Portugal faça um aproveitamento inteligente deste recurso.
EliminarApesar de termos ficado com algumas influencias da cultura árabe, não se verifica muita no campo do urbanismo e da arquitectura. É uma pena não termos "aprendido" com os árabes como usar a água e como rentabilizar este recurso. Os espanhóis souberam fazê-lo melhor...
EliminarT.B.
EXCELENTE ABORDAGEM À ÁGUA COMO ELEMENTO ARQUITETÓNICO!!! BELÍSSIMAS FOTOS!GOSTEI MUITO. PARABÉNS.
ResponderEliminarÉ muito interessante pensar que um arquiteto pode aproveitar tanto do que existe na natureza para criar ou recriar. Não achas Ana?
EliminarObrigada Ana mais uma vez! T.B.
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