O renomado psiquiatra espanhol Enrique Rojas costuma afirmar
que o “o grande erro do século XX foi acharmos que o amor era só um sentimento,
que vai e vem, quando na realidade é um ato de vontade e inteligência”. De
facto tendemos a negligenciar o papel da inteligência na construção da nossa
felicidade.
É verdade que o amor não se aprende nos livros, nem há uma
fórmula científica que o tenha capturado, mas quase todas as histórias de
falhanços amorosos têm uma explicação bem racional.
A vontade e a inteligência têm um
papel fundamental na oxigenação do sentimento amoroso. A maneira como gerimos conflitos
ou como encaramos os inevitáveis problemas que as diferenças de personalidade
trazem é um exercício de inteligência.
Muitos casais queixam-se da
monotonia em que as suas relações caíram, achando que a culpado foi o
enfraquecimento do sentimento, quando o problema esteve na ausência de vontade.
É a inteligência que estimula a vontade, permitindo que os sentimentos ganhem
as tonalidades de um arco-íris.
É óbvio que o sentimento pode
desaparecer, invalidando todas as tentativas inteligentes que a nossa vontade
possa ter, mas essa é uma resposta normalmente preguiçosa de quem faz pouco
esforço.
Ter metas e objetivos a nível afetivo é um bom princípio para quem não gosta de deixar o seu futuro
emocional nas mãos do acaso.
Por exemplo, resolver um problema com o
companheiro é uma meta tangível. Aprender a perdoar, não transformar problemas
em drama ou deixar-se de constantes queixas e remoques podem constituir
objetivos de um dos membros do casal ou até dos dois.
Trazer a inteligência para o
mundo dos afetos não é mecanizar o coração nem racionalizar sentimentos, mas
antes rentabilizá-los, otimizá-los e transformá-los em algo mais sólido e duradoiro.
GAVB
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