Há dois dias, a vereadora da Câmara do Rio de Janeiro, no
Brasil, Marielle Franco foi barbaramente assassinada com quatros tiros na
cabeça, quando seguia de carro, com o seu motorista e assessora.
Em menos de 48 horas, descobriu-se que as balas que mataram
Marielle eram as mesmas que a polícia federal brasileira usa. Se acrescentarmos
este dado ao facto de Marielle Franco se ter destacado pela crítica feroz à
atuação da polícia militar e do exército na cidade perigosa, outrora maravilhosa, não é
difícil concluir que estamos perante um crime de contornos políticos, daqueles
que Putin tanto gosta.
Marielle era uma mulher corajosa, frontal, como quase já não há no Brasil. Ela tanto lutava pela dignidade das mulheres como defendia a
comunidade LGBT e os desmandos contra os negros. A injustiça e arbitrariedade dos
poderosos eram o seu alvo e isso levou-a à morte.
O Brasil é hoje um simulacro de liberdade, democracia e
justiça. Completamente entregue a gente sem escrúpulos, capaz de matar quem
ousa levantar a voz. Já não é só a corrupção generalizada dos quadros
dirigentes, a incompetência de quem governa, a incapacidade para controlar os gangues
nas favelas, a lei marcial imposta à lei da bala pelo exército; agora, o Brasil
está de regresso a uma espécie de ditadura militar informal, em que Temer (o
presidente que não foi eleito) abdicou do controlo da segurança para se
aguentar mais uns meses no poder, enquanto tenta limpar as presumíveis provas que
no futuro o incriminarão.
Putin manda assassinar em Londres, mas no Brasil a «coisa»
faz-se às claras, para que toda a gente perceba quem manda e como manda(rá).
GAVB
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