Grande parte dos despojos de guerra ficavam na sua posse,
além de grandes somas em dinheiro, ouro, terrenos, paços medievais.
A presença em todos os territórios cristãos da Europa permitiu-lhes
estar na génese da atividade bancária. Um mercador que tivesse negócios em
Paris, por exemplo, podia entregar uma certa quantia em dinheiro, numa casa
templária, que tinha a certeza que ela seria entregue ao seu destinatário em
Tomar, Londres ou Jerusalém.
Devido à sua extraordinária riqueza e poder, os Templários
começaram a ser requisitados pelos vários nobres e reis, que lhes pediam
avultados empréstimos. O valor em dívida atingiu tais proporções que um dos
devedores insolventes – o rei francês, Filipe, O Belo, - percebeu que não
lhes conseguiria pagar. Por isso, decidiu extingui-los. Não apenas ilegalizar a
Ordem ou ficar-lhes com os bens, mas matá-los.
Para tornar legal a sua ação, Filipe mandou prender os
Templários em França, numa sexta-feira 13, em Outubro de 1307,acusando-os de
heresia, sacrilégio, blasfémia, adoração do sol, negação de Cristo.
O Papa Clemente V, contemporâneo de rei Filipe, ainda tentou
alterar o curso da História, mas como estava muito dependente do monarca
francês, acabou por ser ele a conduzir o processo de extinção da mais poderosa
Ordem Religiosa do Mundo. Ele e o compatriota Filipe solicitaram aos restantes monarcas
cristãos do velho continente que prendessem os templários que viviam nos seus
países e lhes tomassem os bens.
No Concílio de Vienne (1312) o Papa decretou a abolição dos Templários
e recambiou os seus bens para a Ordem dos Cavaleiros do Hospital. Em Portugal,
D. Dinis fez reverter para a coroa os extensos bens dos Templários, mas o papa
que sucedeu a Clemente V, João XXII, não aceitou tal decisão e, aproveitando
o duplo falecimento de Filipe e Clemente V, em 1314, restabeleceu algum do
poder material e político da Igreja, obrigando o rei português a entregar à
então recém-criada Ordem de Cristo aquilo que pertencera aos Templários.
Gabriel Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário