Em Famalicão, há uma escola do 1.º ciclo só com alunos
ciganos. São dezanove, vão todos à escola, são assíduos, têm aproveitamento
escolar, progridem nas aprendizagens, parecem andar felizes. No entanto, a
escola não cumpriu uma das suas missões primordiais, quando se fala de crianças
ciganas, a integração.
A escola tem boas condições físicas e serve uma comunidade cigana,
que vive na proximidade, em casas onde falta tudo: saneamento básico,
eletricidade, água.
Obviamente que seria desejável que estas crianças tivessem contacto com outros meninos e meninas, pertencentes a outras culturas, mas esta
aparente segregação tem tido mais efeitos positivos que negativos. As crianças
andam felizes, não faltam, aprendem. Se as quisermos levar para outra escola,
proporcionando-lhes a desejável integração, muitas delas acabarão por faltar,
pois logo se porá a questão da necessidade de transporte, e não devemos esquecer a
mentalidade cigana, que muitas vezes promove a autoexclusão e não acha a escola um bem essencial.
Claro que seria recomendável que estas crianças pudessem estar integradas noutra escola, onde convivessem com crianças não ciganas, mas
antes é preciso garantia que seriam bem recebidas e que não abandonariam a
escola.
Estou convicto que o projeto educativo que está a ser desenvolvido
com estas crianças as conduzirá a uma integração natural e sustentada. Mais
importante que destacar esta segregação étnica, é de realçar o facto
de estas crianças estarem na escola. Em breve, seguir-se-á a integração.
Em Lisboa, o Ministério da Educação nem sabia do caso,
apesar dele ter sido alvo de debate político nas últimas eleições autárquicas.
Acossada pela publicidade da notícia, mandou a Inspeção-Geral de Educação averiguar. Não
conhecer o que se tem em caso é mau, mas pensar punir antes de tentar
compreender, parece-me ainda pior.
O caso da escola cigana de Famalicão pode ter várias
leituras, interpretações e soluções, mas é preciso salvaguardar o essencial: o
bem-estar das crianças e as suas aprendizagens. O resto virá!
GAVB
Se são/estão todos felizes porque não? O resto virá por acréscimo.
ResponderEliminarAcho que devem ser integrados nas turmas com alunos filhos de deputados e companhia, ver se continuavam com a conversa da "integração" dos ciganos....
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