Etiquetas

sábado, 17 de fevereiro de 2018

UMA ESCOLA SÓ COM ALUNOS CIGANOS: UM PROJETO EDUCATIVO DIFERENCIADOR OU SEGREGADOR?



Em Famalicão, há uma escola do 1.º ciclo só com alunos ciganos. São dezanove, vão todos à escola, são assíduos, têm aproveitamento escolar, progridem nas aprendizagens, parecem andar felizes. No entanto, a escola não cumpriu uma das suas missões primordiais, quando se fala de crianças ciganas, a integração.
A escola tem boas condições físicas e serve uma comunidade cigana, que vive na proximidade, em casas onde falta tudo: saneamento básico, eletricidade, água.

Obviamente que seria desejável que estas crianças tivessem contacto com outros meninos e meninas, pertencentes a outras culturas, mas esta aparente segregação tem tido mais efeitos positivos que negativos. As crianças andam felizes, não faltam, aprendem. Se as quisermos levar para outra escola, proporcionando-lhes a desejável integração, muitas delas acabarão por faltar, pois logo se porá a questão da necessidade de transporte, e não devemos esquecer a mentalidade cigana, que muitas vezes promove a autoexclusão e não acha a escola um bem essencial.

Claro que seria recomendável que estas crianças pudessem estar integradas noutra escola, onde convivessem com crianças não ciganas, mas antes é preciso garantia que seriam bem recebidas e que não abandonariam a escola.
Estou convicto que o projeto educativo que está a ser desenvolvido com estas crianças as conduzirá a uma integração natural e sustentada. Mais importante que destacar esta segregação étnica, é de realçar o facto de estas crianças estarem na escola. Em breve, seguir-se-á a integração.
Em Lisboa, o Ministério da Educação nem sabia do caso, apesar dele ter sido alvo de debate político nas últimas eleições autárquicas. Acossada pela publicidade da notícia, mandou a Inspeção-Geral de Educação averiguar. Não conhecer o que se tem em caso é mau, mas pensar punir antes de tentar compreender, parece-me ainda pior.
O caso da escola cigana de Famalicão pode ter várias leituras, interpretações e soluções, mas é preciso salvaguardar o essencial: o bem-estar das crianças e as suas aprendizagens. O resto virá!  
GAVB

2 comentários:

  1. Se são/estão todos felizes porque não? O resto virá por acréscimo.

    ResponderEliminar
  2. Acho que devem ser integrados nas turmas com alunos filhos de deputados e companhia, ver se continuavam com a conversa da "integração" dos ciganos....

    ResponderEliminar