“Enfermeiros agredidos no Hospital de São João devido a
demora no atendimento” – DN
“Dois enfermeiros do Hospital de Gaia agredidos na triagem” –
TVI
“Centro de Saúde de Oliveira de Azeméis anuncia novo médico
após ameaça de bomba” – Sapo 24
Sucedem-se as notícias sobre agressões de doentes a
enfermeiros, ameaças a médicos, confrontos com seguranças nos hospitais
públicos portugueses. Por um lado, o desespero dos utentes que aguardam horas e
horas, em sofrimento, em tensão por uma simples consulta de urgência; do outro
lado, centenas de enfermeiros e médicos completamente exaustos, sem camas, sem
quartos para acudir a casos urgentes, pressionados por tudo e todos para diagnosticarem e atuaram a uma
velocidade incompatível com um ato médico de qualidade.
Na retaguarda, administrações hospitalares angustiadas e
completamente manietadas por decisões governamentais incompreensíveis,
irresponsáveis e desumanas, que não fornecem aos hospitais os meios humanos e
materiais para que cumpram com profissionalismo e dignidade a sua missão.
Tomemos como exemplo, o caso do hospital de Gaia, onde a situação
de rutura está eminente. Cancelamento de cirurgias, retirada de camas para
internamento, despedimento de médicos e enfermeiros. Incompreensível,
especialmente quando se percebe que o ministro da saúde tem conhecimento direto
desta situação.
Ainda que a uma escala menor, o tsunami de Gaia tem réplicas
noutras unidades hospitalares e centros de saúde, onde o caos é o novo normal.
Adianta pouco apresentar resultados económicos globais muito
positivos, subir o PIB, descer o défice quando a população sofre e desespera
para ser atendida num hospital público com o mínimo de eficiência e dignidade.
Não sei se são trocos ou uma conta difícil de pagar, mas o
que me parece evidente é que não podemos “rebentar” com a saúde de quem nos
trata da saúde!
GAVB
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