Nos últimos meses, muitas mulheres famosas e poderosas deram
corpo ao movimento “Time’s up” que denuncia todo o tipo de assédio sexual de que as mulheres são vítimas, nas suas vidas profissionais. Multiplicam-se as
denúncias, embora quase todas elas ligadas ao mundo do espetáculo. Este é um
problema importante e que está longe de estar resolvido, no entanto, enquanto os holofotes estão concentrados nos vários casos de assédio às mais belas e
poderosas atrizes de Hollywood, outros casos prementes, que afetam as mulheres, deterioram-se.
Nos últimos dias, em Inglaterra, foi publicado um estudo pela
Comissão da Igualdade e dos Direitos Humanos que refere de 44% dos patrões
do Reino Unido acha que ter uma funcionária grávida é um custo desnecessário!
Os patrões ingleses andam revoltados porque as jovens mães
tiram partido da sua gravidez (imagine-se!!!) e outros ficam chocados porque estas mulheres
acham menos interessante progredir na carreira do que cuidar dos filhos.
Que pena que as mães destes empresários ingleses não tenham
tido o mesmo esclarecido pensamento dos filhos! Não se tinha perdido nada.
Podem os povos ser muito instruídos, dominar a técnica, o
conhecimento, fazer negócios fabulosos, mas, se revelam uma mentalidade tão
tacanha, tão medíocre e desumana, pouco valor têm.
Até sob o ponto de vista económico, uma gravidez é um
investimento e não um custo desnecessário. A maternidade é essencial a
muitíssimas mulheres; completa-as, deixa-as felizes e consequentemente mais
produtivas. Ainda bem que há mulheres que têm a coragem de enfrentar esta
mentalidade imbecil de quase metade dos patrões ingleses. No entanto, elas não
podem ser abandonadas à sua sorte, lutando contra quem detém o poder e as
assedia moralmente e as transforma em máquinas.
O problema não é da lei, mas da mentalidade. As mentalidades
perniciosas também se abatem, quando são expostas e atacadas concertadamente.
As mulheres têm uma consciência aguda daquilo que é
importante e daquilo que é acessório. Denunciar o assédio sexual no trabalho é
importante, mas isso não pode fazer perder outras batalhas que estão longe de
estar ganhas, como é o caso do direito das mulheres à maternidade, sem que isso
as prejudique nos seus empregos.
GAVB
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