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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O DIA EM QUE MARX E ENGELS INVENTARAM O COMUNISMO



Em 1847, o industrial Engels, com apenas 27 anos e a viver em Manchester, apresentou, ao jornalista radical Karl Marx, um grupo de socialistas idealistas alemães que vivia exilado em Inglaterra. Logo aí Marx tentou convencê-los a formar uma liga comunista. Como primeiro passo achava fundamental a existência de um manifesto revolucionário que incitasse os trabalhadores à ação. Algumas semanas depois, o manifesto de vinte e três páginas lá apareceu, escrito a duas mãos: Karl Marx e Engels. 
Estavam lançadas as bases do programa político que haveria de derrubar algumas das velhas monarquias europeias do século XIX e dividir o mundo político ao meio durante grande parte do século XX.

O Manifesto foi publicado pela primeira vez, em alemão, a 21 de fevereiro de 1848, ou seja, há cento e setenta anos. Curiosamente, nesse ano, por toda a europa imperava o fanatismo nacionalista e republicano. A primeira tradução inglesa só surgiu dois anos mais tarde e logo na primeira linha introdutória se podia ler algo de premonitório sobre o modo como esta nova ideologia política ia ser encarada: “Um demónio assustador avança pela Europa”. Paradoxalmente, quase dois séculos depois ainda há milhões de pessoas que assim vê o comunismo.

«Um espectro assombra a europa – o espectro do comunismo. Todas as potências da velha europa entraram numa santa aliança para exorcizar este espectro: o papa e o czar, Metternicht e Guizor, [os conservadores que lideram a Áustria e a França], os radicais franceses e os espiões polícias alemães.
A história de toda a sociedade existente até agora e a história da luta de classes.
O homem livre e o escravo, o patrício e o plebeu, o senhor e o servo, o mestre da guilda e o artesão, em suma, o opressor e o oprimido mantiveram-se numa oposição constante uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta, ora aberta, que terminou sempre ou numa reconstituição da sociedade geral, ou na destruição comum das classes em contenda.
… Os comunistas apoiam em toda a parte todos os movimentos revolucionários contra a ordem sociopolítica existente.
Os comunistas recusam-se a ocultar as suas ideias e os seus objetivos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube forçado de todas as condições sociais existentes. Deixemos que as classes dominantes tremam com uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a perder, exceto as suas grilhetas. Têm um mundo a conquistar.
Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos.»
Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista, 1848.


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