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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

CURSOS SUPERIORES PARA ADULTOS – O REGRESSO DAS NOVAS OPORTUNIDADES EM FORMATO UNIVERSITÁRIO?



Um Relatório da OCDE é que é!

Não sei se o Relatório da OCDE sobre a Educação em Portugal foi uma encomenda do governo PS (é bem possível), mas uma coisa é certa: vindo do estrangeiro, é, de certeza, bom! 
Tão bom que o governo já se prepara para revolucionar o ensino superior, em Portugal, a reboque do dito relatório. Centenas de relatórios, dezenas de conferências, debates, palestras sobre o ensino superior, feitas pelas diversas universidades portuguesas ou por algumas fundações ligadas à educação não lograram aquilo que um simples relatório da OCDE conseguiu. 
Continuamos a babar bimbamente pelo que vem de fora tal como continua a falta de coragem para impor as próprias ideias sobre Educação e por isso é necessário sempre encomendar um estudo à OCDE que estiver mais à mão.

Entre as várias propostas/ideias em linha de montagem está a criação de “novos ciclos curtos de estudo” para uma população com mais de 30 anos de idade e cinco anos no mercado de trabalho.
Ora, estamos a falar de cursos superiores de um/dois anos (espero que não sejam de seis meses ou algumas semanas) para gente que deixou de estudar há mais de um década e tem experiência profissional.
Estou mesmo a ver que todo este palavreado se destina a dar seguimento ao projeto das Novas Oportunidades (uma espécie de fetiche educativo da governação socialista). 
Então aqueles alunos que tinham conseguido “tirar” o 12.º ano, contando a sua história de vida, as vezes que fossem necessárias, iam ficar sem a oportunidade de chegar a doutores? Claro que não poderia ser! Vão tirar um curso superior, sim senhor. De dois anos (ou menos) que para três já temos a licenciatura, além de ser muito stressante andar tanto tempo a mostrar como a experiência profissional merece um estatuto de curso superior.

Para não destoar, outras medidas se anunciam: os politécnicos já poderão atribuir doutoramentos; as universidades terão de passar o diploma de licenciatura sem obrigar os alunos a inscreverem-se em mestrado.

Claro que tudo isto segue as práticas das mais renomadas universidades internacionais e é para o bem da nação. As nossas universidades é que estavam completamente ultrapassadas e com um nível de exigência desadequado. Um dia destes ainda propõem Miguel Relvas para Ministro do Ensino Superior. Que pena ele não ser do PS!

O que pensam as universidades disto tudo? Isso não interessa nada! O que interessa é facilitar… perdão, flexibilizar. Esse é o novo mandamento da Educação em Portugal.
Flexibilizar, municipalizar, acreditar curso atrás de curso e acreditar que o conhecimento e o desenvolvimento de competências se faz sem investigação, sem esforço, sem rigor.

Onde estão e o que fazem aqueles a quem o Estado português outorgou o 12.ºano, através das Novas Oportunidades? Em que é que aquela acreditação melhorou o seu nível de desempenho profissional? Que lucro tirou o país desse investimento? Como foram aplicadas na economia, na vida social os largos conhecimentos ministrados e adquiridos durante esse programa de requalificação académica da população portuguesa?

Enquanto pensa nisto, talvez não fosse má ideia, o governo português informar a população portuguesa em que lugar estão as faculdades portuguesas nos rankings (mundial/europeu) das melhores universidades / faculdades. Deve haver qualquer relatório da OCDE sobre isso.
GAVB

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