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sábado, 3 de fevereiro de 2018

DUAS DISCIPLINAS E DUAS TURMAS E ESTÁ O RANKING DE UMA ESCOLA FEITO


Quando o ano letivo já vai a meio, lá saiu o momento mais desejado pelos jornais portugueses no que diz respeito à Educação: o ranking das escolas. 
Na verdade trata-se da média que os alunos de cada escola obteve nos exames do 9.º ano e do 12. ºano. E cada escola ganha direito a figurar nesse ranking desde que tenha proposto alunos à prova obrigatória de Matemática e  Português. 
Nas escolas secundárias, os alunos são submetidos a mais exames, mas não a todas as disciplinas que frequentaram. Isso pouco importa aos media, ávidos de tirar conclusões sobre a categoria de cada escola, de cada corpo docente, de cada projeto educativo.

É verdade que já passamos a fase da básica comparação entre privado e público, pois agora a moda é anotar as escolas que “inflacionam” as notas, com se não houvesse as que têm melhores notas nos exames que na avaliação interna, além do facto de ser impossível garantir que uma prova de duas horas consiga traduzir aquilo que o aluno aprendeu durante um ano ou três.

Adoro ler todas as leituras que hoje se fizeram sobre o tema, pois quase todas me fizeram sorrir. Desde do eterno diretor Filinto Lima que diz que os resultados agora divulgados se devem mais ao contexto escolar do que ao  trabalho dos professores; à conclusão do Público que afiança que a única coisa certa que os alunos podem esperar é que a maioria vai «chumbar» e não é nenhum dente enquanto o jornal I prefere sugerir que as escolas intervencionadas pelo Parque Escolar garantem maior sucesso (o lobby do cimento, dos engenheiros e arquitetos agradece, mas o ministro das finanças não). 

Curiosamente não consegui ler a opinião dos alunos e também fiquei sem saber se com ranking os alunos sabem mais ou sabem menos que há dez anos, quando a moda de hierarquizar escolas não existia.

O negócio adora rankings. 
“A escola X é ótima e a Y é péssima, por isso vamos tentar matricular o nosso filho na escola X”. “Vejam como somos excelentes, observem a nossa posição no ranking!”

E o filhinho sabe muito ou sabe pouco? É mais autónomo ou mais dependente? E como está o filhinho naquelas áreas que não contam para ranking nenhum? Isso não interessa nada! O que interessa é que o colégio ou a escola onde anda o nosso filho está bem situada ou nem por isso e talvez devêssemos pedir a transferência do nosso filho para outra mais seleta e que apresenta resultados.

Os resultados agora divulgados podem ser úteis para as escolas, para os pais, para os diretores e também para os professores, mas hierarquizar as escolas como se elas entrassem numa corrida qualquer só atrapalha.
Vai demorar tempo a aprendermos a darmos aos rankings apenas a importância que eles merecem!

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