Era esta a pergunta que gostava de fazer ao primeiro-ministro
de Portugal, António Costa, ou não fosse ele o responsável político pela
extinção de uma carreira que tanto fez pela proteção da nossa floresta.
Foi há mais de dez anos e desde então Portugal perde
assustadoramente floresta, tem as populações rurais em constante sobressalto, gasta
dinheiro em indemnizações e ajudas às populações consecutivamente afetadas com
os incêndios e conforma-se com a morte de centenas de pessoas.
Quanto custou ao país este péssima medida administrativa do
então (2006) Ministro da Administração Interna, António Costa? Será que não há por aí uma consultora para fazer o cálculo das perdas ou isso não interessa nada?
O guarda-florestal vivia na floresta, conhecia-a, interagia
com ela e protegia-a. As matas estavam limpas, os acessos facilitados, além de
se fazer um aproveitamento económico muito mais interessante da floresta.
Os tostões que se pouparam nestes últimos dez anos nem
devem ter chegado para a água que os bombeiros gastam anualmente para tentar
acorrer a todos os fogos. Perdemos o serviço do guarda-florestal, mas convém
lembrar que lhe continuámos a pagar, já que os guardas-florestais foram
integrados na GNR. Resumidamente, a medida foi uma perfeita estupidez. Pior
ainda foi o não emendar da mão. Há um ano, o secretário de estado da
administração interna, Jorge Gomes, disse aos jornalistas, a propósito de mais
uma onda de incêndios, que estava fora de questão reativar a carreira de guarda-florestal.
Argumento: já tinham passados dez anos e não estava para pagar suplementos
remuneratórios a tão específica carreira da administração pública, em vias de
reativação.
A floresta e os bombeiros agradecem tão lúcida visão
governamental. Entretanto vai pelo país uma fumarada monumental, o ar está irrespirável,
há populações em perigo, mas no pasa nada…
GAVB
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