Etiquetas

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

UMA ORGIA PAPAL NA ROMA RENASCENTISTA


Em 1492, Cristóvão Colombo chegava à América e um clérigo espanhol chegava a Papa. 
O ardiloso clérigo Rodrigo Bórgia tornou-se no Papa Alexandre VI e logo tratou de aumentar a sua riqueza e o poder dos seus ilegítimos filhos, sobretudo da belíssima Lucrécia e do perigoso César (tido como o provável assassino do irmão mais novo).

Rodrigo Bórgia era de tal forma uma figura temida e polémica dentro da própria Igreja que, no momento da sua eleição enquanto Papa, Giovanni de Medici (futuro Papa Leão X) afirmou: «Agora estamos em poder de um lobo, porventura o mais rapace que o mundo conheceu. Se não fugirmos, ele devorar-nos-á inevitavelmente a todos.»
Durante o pontificado de Alexandre VI, o Vaticano tornou-se num foco de imoralidade sexual, intriga e usurpação.



Alexandre retirou dinheiro dos cofres do Vaticano para financiar as loucuras do filho César. Ora César era nem mais nem menos que um dos cardeais de Roma, mas havia de abandonar a função cardinalícia para tentar criar um ducado para si próprio.
A personalidade de César era tão moralmente imprópria que não surpreendeu ninguém que Maquiavel a tivesse usado como fonte de inspiração para escrever “O Príncipe”, um estudo, em tom crítico, de perversa personalidade que o ser humano pode assumir.

A 30 de Outubro de 1501, o cardeal César resolveu oferecer um banquete faustoso e assistido por 50 cortesãs (prostitutas), numa das salas mais emblemáticas do Vaticano. Aquele que ficou conhecido como o «bailado das castanhas» personifica bem a degradação moral a que chegou o papado, em plena época renascentista.

Johannnes Burchard faz um breve retrato desse jantar libidinoso onde se juntaram vários tipos de pecados mortais, oferecidos pelo filho do indigno sucessor de Pedro.

“Na noite de domingo de 30 de Outubro de 1501, César Bórgia ofereceu um jantar no seu apartamento do palácio apostólico, com 50 prostitutas ou cortesãs decentes, que após a refeição dançaram com os criados presentes, primeiro completamente vestidas e depois nuas. 
A seguir ao jantar,  foram colocados, no chão, candelabros com velas acesas e espalhadas castanhas, que as prostitutas, nuas e de gatas, tinham de apanhar de rastos no meio dos candelabros. 
O Papa, César e Lucrécia estiveram todos presentes, a observar. Por fim foram oferecidos prémios – gibões de seda, pares de sapatos, chapéus e outras peças de vestuário – aos homens que melhor se saíram com as prostitutas. 
Este espetáculo realizou-se na sala real do Vaticano e os que nele participaram disseram que os prémios foram entregues pelos criados àqueles que venceram o concurso."

Sem comentários:

Enviar um comentário