Quando esta equipa ministerial começou o seu trabalho introduziu as Provas de Aferição, sem relevância para a nota do aluno, e terminou com os exames do 1.º e 2.º ciclos, a Português e Matemática.
Esta decisão causou polémica entre os professores, pais e tutti quanti gostam de opinar sobre Educação, apesar de muitos não saberem quais trabalhos de casa do filho ou ainda confundirem o Liceu com a Escola Secundária.
Como seria de esperar num
governo do Partido Socialista vingou a ideia de aferir em vez de examinar. Olhemos
então para as virtudes desta opção e o que podemos fazer para a potenciar,
pois é a única coisa útil a fazer.
Ora, isto é dignificar todas as disciplinas, valorizando o trabalho de todos por igual. Pela primeira vez em décadas está a medir-se (por muito rudimentar que essa aferição seja) o trabalho em áreas com as Expressão Artística, A Expressão Motora, a História de Portugal, a Geografia, As Ciências Naturais, a Físico-Química, a Música, a Educação Visual. Então isto não é bom?
Durante décadas não sabíamos nada acerca do que os alunos portugueses conheciam nestas áreas; agora sabemos!
Os resultados são maus? De facto, não são grande coisa, mas foram os primeiros e devem servir de alerta e ponto de partida para que os professores (todos e não apenas os de Matemática e Português) corrijam aquilo que é possível corrigir.
As Provas de Aferição aferem o
sistema, aferem as práticas letivas, aferem as escolhas das direções das escolas, aferem o apoio que os pais foram dando aos filhos, aferem o
conhecimento dos alunos.
É tão fácil dizer que a culpa é dos professores que ensinam pouco e mal e dos alunos que não aprendem nem estudam! Quando os resultados são jeitosos, já sabemos que os alunos são “os nossos queridos filhos” e a escola é “a instituição que eu dirijo”. Nada de novo, portanto…
É tão fácil dizer que a culpa é dos professores que ensinam pouco e mal e dos alunos que não aprendem nem estudam! Quando os resultados são jeitosos, já sabemos que os alunos são “os nossos queridos filhos” e a escola é “a instituição que eu dirijo”. Nada de novo, portanto…
Apesar dos resultados serem maus, convém recordar alguns factos atenuantes, que ajudam a enquadrar a leitura dos mesmos. A saber:
Todos os alunos que fizeram provas de aferição
em 2017 ou nunca tinham feito uma prova nacional ou já não faziam uma há quatro
anos;
Várias disciplinas tiveram
pela primeira vez a sua prova a nível nacional;
Milhares de professores viram
a sua disciplina escrutinada, pela primeira vez;
A prova foi feita depois das
aulas terminarem, com todos os envolvidos em relaxamento total, pois a prova
não contava para a classificação dos alunos.
Aferir o sistema, o método e o
conhecimento adquirido é fundamental para o progresso da Educação e do Ensino,
em Portugal.
Precisamos de afinar práticas, mentalidades, consciências e responsabilidades.
Precisamos de afinar práticas, mentalidades, consciências e responsabilidades.
Não precisamos de voltar à
velha questão “aferir/examinar”, nem de nos recriminar uns aos outros, nem de
achar que o trabalho aparecerá feito com discursos ou mais aulas de
recuperação.
Ler com consciência os
resultados, mudar o que há para mudar e perceber que aferir é uma prática
essencial para quem quer aprender.
GAVB
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