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sábado, 21 de outubro de 2017

O GOVERNO DE COSTA PERDEU O ENCANTO


Não é que alguma vez o governo minoritário do PS tenha encantado o país, mas a mão protetora do presidente Marcelo e a geringonça parlamentar de esquerda, tornaram o governo de António Costa um projeto de governação interessante.
O governo de Costa estabilizou a banca (ainda que a tenha entregado praticamente aos espanhóis); acabou com a imoralidade do ensino privado pago pelos impostos públicos; cumpriu as metas financeiras decretadas por Bruxelas; devolveu, aos solavancos, alguns dos direitos e proveitos retirados em tempos de troika.
E o povo, tal como Marcelo, foram generosos com o PS de Costa: quase maioria absoluta nas sondagens; vitória contundente nas eleições autárquicas; um PR amigo; uma oposição suicida à direita e contida à esquerda.

Mesmo assim o governo espetou-se por completo durante os últimos meses, por causa dos incêndios. E foi um desastre enorme, que custou a vida a mais de cem pessoas e milhões de euros aos cofres do Estado.
As tragédias que marcaram a negro a época dos incêndios, em Portugal, mostram claramente que o governo não sabe como se faz. Incompetência pura, em áreas essenciais, como a da Proteção Civil.

Não é azar, não é a oposição ou os media, mas apenas decisões erradas, tomadas reiteradamente, em assuntos da maior importância para o país.

Há duas semanas, Costa tinha o país na mão e podia falar grosso para o BE e o PCP, nas negociações do Orçamento de Estado de 2018; hoje, está nas mãos do BE e dos comunistas para não ser corrido de São Bento com um pontapé no rabo. Há quinze dias, a maioria absoluta estava ao virar da esquina; a partir de agora parece quase uma miragem. Há poucos dias, o país sorria com os descongelamentos enganosos das progressões na Função Pública; hoje mostra-se profundamente desencantado com a governação. 
Não é má sorte. A competência não é geringonciável. 

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