O Centro Comercial representa a modernidade, a beleza atual
e a novidade enquanto Museu nos traz a Arte que se tornou imortal. Parecem mundos opostos, feitos para públicos distintos e ritmos de vida quase inconciliáveis.
O desafio é juntá-los. Respondendo a este desafio, o Centro
Comercial Amoreiras (Lisboa) e o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) decidiram
expor em vários espaços do Amoreiras 31
réplicas de quadros importantes do acervo do MNAA.
Quem for ao Amoreiras entre 4 de Outubro e 5 de Novembro
encontrará cópias de quadros de Düer ( o mais reconhecido pintor do
renascimento nórdico), de Pieter Bruegel, o Jovem; ou do alemão Hans Menling.
Deve ser reconfortante saber que entre uma compra e um café com um amigo
podemos repousar os olhos num “São Jerónimo” ou “A Virgem e o Menino”.
É certo que são réplicas e nenhum verdadeiro apreciador de
arte dispensa a minuciosa observação dos originais, mas esta iniciativa
dirige-se aos “outros”, ou seja, aqueles que raramente vão a um museu e que o
acham o perfeito ícone do passado e algo sem graça. Felizmente, a administração
do Amoreiras acha os quadros do MNAA algo muito fashionable.
Considero muito interessante esta iniciativa conjunta MNAA/C.C.
Amoreiras, desde que ela só tenha um interesse cultural. É importante que o
Amoreiras saiba reconhecer o estatuto social da Arte e trate com classe estas
réplicas de quadros famosos do MNAA.
A Arte e os Museus têm tudo a ganhar quando se abrem ao
exterior. Mostrar as suas joias (ainda que falsas) é a melhor maneira de atrair
o bandido ao seu território. O Centro Comercial pode ser a sedução perfeita
para uma visita guiada aos originais guardados no Museu – uma espécie de
descoberta maravilhosa de um mundo onde o benefício é de quem olha com tempo e
prazer.
GAVB
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