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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

SETE COISAS INACREDITAVELMENTE PROIBIDAS ÀS MULHERES SAUDITAS



Daqui por alguns meses, as mulheres sauditas vão poder conduzir os seus próprios automóveis, numa medida que indicia a abertura do ortodoxo regime saudita a alguma igualdade de género, dentro de uma sociedade profundamente desigual e machista.
No entanto, esta brisa é apenas um ventinho sem grande expressão, porque o essencial continua proibido à mulher nascida na Arábia Saudita. Convém lembrar algumas das inacreditáveis proibições/restrições.

Procurar cuidados médicos, por muito necessários e urgentes que sejam, requer a autorização de um familiar ou de um tutor masculino. Em caso de necessidade extrema, as mulheres sauditas têm literalmente a vida nas mãos do homem.  

Se na saúde a situação é bizarra, no direito não é melhor. Perante a lei, o seu testemunho vale menos do que o de um homem; e numa herança só recebem metade do valor atribuído a um irmão. Em caso de divórcio, as mulheres só têm a custódia dos filhos até aos nove anos (raparigas) ou sete (rapazes).
A desigualdade face aos homens não se vê apenas nas grandes coisas com também nas mais pequenas. Por exemplo, as mulheres não têm autorização para ter um conta bancária e geri-la a seu belo prazer, ainda que tenham obtido autorização para trabalhar (sim, também precisam) e ganhem o seu próprio dinheiro.
Viajar para onde lhes apetece (mesmo dentro da própria Arábia Saudita) está fora de questão para o elemento feminino. Passaportes e outros documentos essenciais a quem viaja só podem ser obtidos com autorização do marido, tutor ou outro elemento feminino que exerça alguma forma de poder sobre elas.

Sobejamente conhecida é a limitação quanto ao vestuário. O Abayas (casaco longo que cobre todo o corpo da mulher) é obrigatório em todo o espaço público e por isso fica vedado à mulher saudita um modo de expressão tão feminino como é o vestuário.
Perante todas estas aberrantes proibições não espanta que casar com quem quiser também lhes seja vedado. Quem dá permissão para a jovem saudita casar é o wali ou tutor legal. Caso queiram casar com um estrangeiro, a autorização tem de vir diretamente do Ministério do Interior, até porque casar com um não-muçulmanos é uma missão impossível.

Vista desta perspectiva, é óbvio que a autorização para conduzir um carro dada pelo Rei Salman ainda é uma coisinha tão pequenina como insignificante, num deserto de tantas proibições.

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