Provavelmente, a maioria dos professores vai acabar por
anuir à ideia de um ano letivo dividido em semestres. O semestre permite uma
melhor organização do tempo e uma mais eficaz gestão das matérias a lecionar.
Esta putativa alteração na organização do ano letivo trará
inevitáveis modificações no processo de avaliação. Teremos “tensão” até ao
final, pois a nota do segundo semestre confirmará ou porá em causa a nota do
primeiro, sem que o aluno se sinta absolutamente seguro ou derrotado quanto à
sua nota final.
Além deste possível ganho de produtividade, os diretores
esperam amenizar outro grande problema que os aflige: a indisciplina. Nas
escolas com algum historial de casos de indisciplina, são recorrentes os casos
em que os alunos descarregam as suas frustrações escolares durante o 3.º período,
pois sentem que é quase impossível recuperar um número elevado de negativas. É
mais fácil suster os casos de indisciplinas quando todos pensam que “ainda têm
hipóteses”.
Havendo tanta unanimidade em torno desta questão, o que me
intriga é por que não perguntaram os diretores aos seus professores o que
pensavam eles sobre o assunto, antes de fazerem as suas sugestões/exigências ao
Ministério da Educação. Ocorre-me algumas respostas: não querem saber da opinião
dos professores para nada, a escola são eles e os professores estão lá para
cumprir ordens mecanicamente e nada mais; acham que os professores estão tão
mansos que aceitarão tudo sem resmungar nada e por isso resolveram avançar sem esse
pró-forma.
Se repararem bem, isso já acontece em relação a muitos assuntos da
gestão corrente de muitas escolas, como é o caso da politica de transição que a escola quer implementar.
É possível que a organização por semestres se concretize
dentro de um ano. Até lá seria interessante que os professores percebessem que
esta organização convida a uma nova variável: disciplinas semestrais. E nesta
nova e hipotética organização, Geografia e História estão a pôr-se tão a jeito…
GAVB
A única, hipotética, vantagem que consigo ver nesse sistema seria dividir as turmas como nas disciplinas tecnológicas. De resto, estou pelos cabelos com esta história das mudanças atrás de mudanças...
ResponderEliminarTambem,ou melhor em módulos trimestrais igual algumas faculdades modernas.Isto levaria fim a evasão principalmente no ensino médio. Mas os governadores vetariam por ser mais caro.Infelizmente nada que custe mais interessa aos neoliberais.Diretores e professores sabem que estas mudanças tem de vir da esfera federal
ResponderEliminarAcrescido de uma avaliação de zero a vinte valores desde o quinto ano de escolaridade...
ResponderEliminarEu gostaria que EV e ET também fossem semestrais. Isso equilibraria o trabalho dos professores ao longo do ano lectivo, tendo em conta o elevado número de turmas e de alunos a que estão sujeitos. Voltar ao par pedagógico, para uma maior interligação entre as disciplinas de expressões seria óptimo até porque, nas aulas práticas, é essencial a presença de dois professores e a colaboração entre docentes nesta área.
ResponderEliminarSou professor e por mim é igual... eu estou na escola para trabalhar e desde que o numero de tempos de trabalho por turma sejam idênticos... É só alterar o planeamento! Qual é o stress?
ResponderEliminarparece que alguns não entendem o que significa o ano em semestres...estão a confundir com as disciplinas semestrais e dividir turmas o que é impossível dada a extensão dos currículos. Quanto à surpresa da não auscultação dos professores, não entendo. É assim desde o ínicio e foi esse o objetivo do modelo da figura do Diretor, acabar com a democraticidade da gestão tornando os professores meros executores de políticas com as quais podem não concordar, (também é verdade que o consenso é raro e alguns não se importam com nada, nem de serem explorados) então na nomeação de cargos é um regabofe...só amigos, alternância? hipóteses? ouvir quem está no terreno?: zero. A maior parte dos diretores adorou e abusou dos novos poderes.
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