A falta de psicólogos nas Escolas Públicas portuguesas é
das lacunas mais evidentes e com mais anos de reivindicações. Os problemas são
múltiplos e os recursos escassos, porque sucessivos governos sempre acharam que
psicólogo é só para gente que precisa de tratamento psicológico, o que está muito
longe de corresponder à verdade, embora haja cada vez mais professor a precisar de psicólogo com up grade de psiquiatra.
Hoje, o governo anunciou que despejará sete milhões de euros
em forma de 200 psicólogos a contratar, durante o próximo ano letivo. É verdade
que fazem falta 500, mas 40% das faltas detetadas ficarão supridas com esta
medida.
É uma boa medida, mas temo que seja temporária. O dinheiro
para este investimento vem do Programa Operacional de Capital Humano (POCH) e
portanto os psicólogos serão pagos por este programa de financiamento e não pelo Orçamento do Ministério da Educação. Os sete milhões são um fundo europeu a que
o governo se candidatou. Daqui a um ano, logo ser verá se o governo não dará
baixa deste corpo de profissionais altamente qualificado e que as Escolas bem
precisam.
Não deixa de ser curioso que, no setor da Educação, sempre
que o governo está de algum modo “entalado”, por causa de uma medida
incompreensível ou temerária (vide o caso dos professores excluídos do concurso
à ultima hora), aparece alguma notícia milagrosa, prometendo uma
melhoria futura.
Voltando aos psicólogos, eles são muito necessários nas
escolas. O seu trabalho deve centrar-se nos alunos, mas não seria nada tonto
que alguns deles pudessem executar algumas tarefas junto dos professores,
pois o desgaste psicológico de vários professores recomenda-o em absoluto.
Era muito importante que este fosse o primeiro passo para
que dentro de dois/três anos o Ministério da Educação duplicasse o quadro dos
psicólogos escolares, pois o seu trabalho exige tempo e conhecimento das realidades
locais, escolares e pessoais.
gavb
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