Há dois dias, o parlamento
tunisino aprovou uma lei que pune a violência contra as mulheres, incluindo a
violência doméstica. Trata-se de um passo enorme, tendo em conta que falamos de
um país árabe, onde as mulheres estão ainda longe de ter direitos
semelhantes aos homens, como acontece em grande parte dos países europeus.
A lei entrará em vigor
apenas no início do próximo ano, mas fica desde já claro que violência
contra as mulheres é qualquer tipo de “agressão física, moral, sexual ou
económica”.
Esta lei pode ser o princípio
do fim de uma mentalidade machista, desumana, ignorante e indigna, que atrofiava
o mundo árabe e não o fazia respeitado no contexto mundial. É bem possível que
o respeito pela mulher árabe, consagrado na lei e confirmado na mudança de
paradigma comportamental, constitua a verdadeira primavera árabe de que o mundo
precisa.
Não deixa de ser curioso que o
mundo árabe vá fazendo pequenas grandes conquistas no que diz respeito à
dignidade humana enquanto o mundo ocidental (EUA, União Europeia) cria muros,
aprova leis, barra refugiados de uma guerra deplorável.
É sempre bom sentir que mesmo
nos mais inóspitos desertos brotam belas flores de humanidade, como aconteceu
agora na Tunísia.
Como reagirá o resto do mundo
árabe a esta saudável ousadia do parlamento tunisino? Não sabemos, mas creio
que o sorriso das mulheres tunisinas se estenderá às suas vizinhas, mais ano
menos ano.
Normalmente, o sistema
jurídico de um país adequa-se à mentalidade de um povo ou de um grupo
maioritário dentro de uma sociedade. Neste caso, a lei desafia a autoridade da
tradição. E ainda bem que a desafia, porque há tradições e mentalidades que só
impedem o progresso e nos menorizam.
GAVB
Gostei de tomar conhecimento desta notícia que seja o princípio da libertação da mulher nos países em que a mulher ainda é oprimida...mas as mulheres que não cruzem os braços ainda têm muito muito trabalho pela frente .
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