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sexta-feira, 28 de julho de 2017

COMO É BELO O SORRISO DA MULHER TUNISINA


Há dois dias, o parlamento tunisino aprovou uma lei que pune a violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica. Trata-se de um passo enorme, tendo em conta que falamos de um país árabe, onde as mulheres estão ainda longe de ter direitos semelhantes aos homens, como acontece em grande parte dos países europeus.
A lei entrará em vigor apenas no início do próximo ano, mas fica desde já claro que violência contra as mulheres é qualquer tipo de “agressão física, moral, sexual ou económica”.

Esta lei pode ser o princípio do fim de uma mentalidade machista, desumana, ignorante e indigna, que atrofiava o mundo árabe e não o fazia respeitado no contexto mundial. É bem possível que o respeito pela mulher árabe, consagrado na lei e confirmado na mudança de paradigma comportamental, constitua a verdadeira primavera árabe de que o mundo precisa.

Não deixa de ser curioso que o mundo árabe vá fazendo pequenas grandes conquistas no que diz respeito à dignidade humana enquanto o mundo ocidental (EUA, União Europeia) cria muros, aprova leis, barra refugiados de uma guerra deplorável.
É sempre bom sentir que mesmo nos mais inóspitos desertos brotam belas flores de humanidade, como aconteceu agora na Tunísia.

Como reagirá o resto do mundo árabe a esta saudável ousadia do parlamento tunisino? Não sabemos, mas creio que o sorriso das mulheres tunisinas se estenderá às suas vizinhas, mais ano menos ano.
Normalmente, o sistema jurídico de um país adequa-se à mentalidade de um povo ou de um grupo maioritário dentro de uma sociedade. Neste caso, a lei desafia a autoridade da tradição. E ainda bem que a desafia, porque há tradições e mentalidades que só impedem o progresso e nos menorizam.
GAVB

terça-feira, 25 de novembro de 2014

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES




Hoje assinalamos o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as mulheres.
          O tema da violência contra as mulheres tem merecido um crescente e justificado destaque nacional e internacional. Dados recentes demonstram que nos últimos dez anos quase quatrocentas mulheres foram mortas pelos seus companheiros, em Portugal. Além fronteiras, subsistem regimes e povos que tratam a Mulher com uma indignidade atroz , aproximando o seu estatuto ao de um objeto.
           O tema da violência doméstica é hoje amplamente discutido nas escolas e na comunicação social, onde, para além dos diversos programas de debate, muitas séries/telenovelas abordam diretamente este flagelo civilizacional.
         Denunciar e repudiar estes comportamentos animalescos de alguns homens sobre as suas companheiras é uma abordagem correta da situação, mas insuficiente. A sociedade portuguesa precisa de ter uma atuação mais efetiva.



Penso que a prevenção é fundamental. Há que rastrear comportamentos agressivos, logo desde a fase do namoro, altura em que as jovens detêm um “poder” afetivo e de persuasão sobre os namorados. A violência é sempre intolerável e jamais os ciúmes ou o exacerbado sentimento de posse a pode justificar.
Acho que seria muito positivo que as escolas pudessem contratar assistentes sociais e psicólogos que acompanhassem as adolescentes e jovens vítimas de coação psicológica e física, pois, frequentemente, essa pressão ilegítima e imoral termina em violência, mais tarde.
É amargurante perceber o clima de verdadeiro terror psicológico e físico que muitas mulheres suportam durante meses/anos, junto de homens descontrolados, perigosos e violentos, que mantêm aquelas que dizem amar num cativeiro medieval sem nome.
Nos últimos anos, Portugal progrediu legalmente nesta área, tornando público este tipo de crime, mas ainda há um longo caminho a percorrer.
Homem e Mulher são seres humanos diferentes e complementares. Durante séculos, viveram com diferentes estatutos sociais, injustificadamente desnivelados. Lenta e penosamente, a Mulher tem conseguido impor o respeito e a dignidade que lhe são devidos.





A construção duma mentalidade de partilha de poder será a chave para que deixem de morrer 2/3 mulheres todos os meses, em Portugal, às mãos duns sujeitos sem escrúpulos. Esta mudança progressiva de mentalidade (já em curso) faz-se com pequenos passos e pequenas conquistas. Uma relação saudável e equilibrada não permite que violência e afeto se misturem, não tolera “controlos”, não pressupõe a “anulação” dum em prole do outro. Abdicar dum carreira, dos amigos, dos gostos pessoais é criar o caldo psicológico para uma usurpação de personalidade que contraria o código genético do Amor entre um Homem e uma Mulher.
Claro que as circunstâncias, o meio social e económico, as histórias de vida ajudam a explicar comportamentos, mas uma geração de pessoas afirma-se pelo rumo que determina para a sua vida. Acabar com a violência sobre as mulheres é um dos nossos desígnios geracionais.

Gabriel Vilas Boas