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sábado, 29 de julho de 2017

FNE ACEITA REDUÇÃO DOS SALÁRIOS DOS PROFESSORES NO PRIVADO


A FNE (Frente Nacional de Educação), um dos sindicatos mais poderosos e representativos dos professores portugueses, pôs a sua assinatura num contrato coletivo de trabalho  (CTT) com o Confederação Nacional de Educação e Formação (os patrões do ensino particular e privado português), onde se prevê que o salário dos professores do ensino privado possa ser reduzido até 15%, em caso de dificuldade económica comprovada dos colégios privados.

E qual foi a contrapartida que a FNE recebeu? Nenhuma! A FNE consultou os seus associados? Não!

Para que serve um sindicato de trabalhadores, neste caso de professores? Para cuidar dos interesses e dos direitos dos trabalhadores; não dos patrões.
A FNE não era obrigada a tal assinatura, pois outros sindicatos de professores não o fizeram e os seus associados não vão ser prejudicados por isso. A FNE não trouxe desta negociação/capitulação nenhuma vantagem aos professores que lecionam no privado, pois não conseguiu que o mais natural  numa cedência deste tipo: nos colégios onde esta regra fosse excecionalmente aplicada, não haveria lugar a despedimentos.
Então para que foi esta palermice da FNE? Na prática, para fazer um enorme «jeito» aos donos dos colégios que seguem a lógica dos patrões portugueses do século passado: em tempo de vacas gordas arrecadam lucros; em tempos de crise, despedem pessoal até que o lucro seja garantido.

Quando os colégios assinavam generosos contratos de associação com o Estado Português alguma associação dos patrões do ensino privado propôs um aumento de 15% aos seus professores? Nem a FNE…
Os professores do ensino privado já ganham bem menos que um professor com a mesma categoria no ensino público; já têm de se submeter a ditames de duvidosa legalidade; já têm de engolir desconsiderações inimagináveis; já vêem os seus direitos reduzidos ao mínimo que não precisavam de mais esta traição da FNE.

É verdade que o Ministério Público acha este clausulado do CTT “de duvidosa legalidade e constitucionalidade”, mas o que é certo é que ele vigora e vai, com este beijo de Judas da FNE, retirar do bolso de muitos professores mais de 100 euros todos os meses, como se eles já não ganhassem mal.

GAVB

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