Não demorará mais de três anos até que grande parte das
aulas tenha por base o smartphone ou tablet. Através deles proceder-se-á à grande revolução no ensino em Portugal.
Os grandes agentes desta mudança serão os alunos e as
editoras; os grandes entraves serão os professores e, em parte, os pais, mas o
processo está em marcha e necessita apenas de um click, um pequeno pretexto,
para se tornar imparável.
Esse click pode ser a questão das mochilas ou dos trabalhos
de casa excessivos. Dentro de pouco tempo, grande parte dos exercícios que os
professores propõem nas aulas será resolvido a partir de uma aplicação
previamente instalada pelos alunos no seu smartphone. As vantagens serão bem
maiores que os inconvenientes: maior participação dos alunos, aulas mais
práticas, perceção imediata, pelos alunos e professores, do que ficou
apreendido e do que precisa de nova abordagem, introdução de conteúdos
multimédia.
Os alunos deixarão primordialmente de escrever, para
passar a ouvir, raciocinar e optar. Provavelmente, quer as aulas quer a
avaliação deixarão de estar subjugadas à ditadura da escrita, privilegiando-se a
leitura e a oralidade. As aulas serão muito mais práticas e centradas nos
alunos.
Os professores começarão por mostrar ceticismo até se
renderem à evidência de uma escola baseada na tecnologia, onde o lápis e o
papel terão uma utilização muito residual ou ficarão guardados para as aulas de Educação Visual.
Estou em crer que esta transformação baixará muitíssimo os
índices de indisciplina e violência na escola.
E não me parece que custe muito
dinheiro a implementar. Grande parte dos alunos tem tablet ou smartphone e as
editoras já perceberam qual o caminho a seguir, como se pode depreender dos
mais recentes produtos lançados no mercado pela editora quase monopolista dos
livros escolares, em Portugal.
Os professores estão preparados para isto? Não, mas não vai
ser difícil adaptarem-se. A princípio, vão sentir-se um elemento estranho
na sala de aulas, mas, como diria Pessoa, primeiro estranha-se, depois
entranha-se.
GAVB
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