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domingo, 5 de fevereiro de 2017

COMO SÃO ADMIRÁVEIS AS PESSOAS QUE NÓS NÃO CONHECEMOS BEM!



A frase é (mais uma vez) de Millôr Fernandes. Reparei pela primeira vez nela quando observei como determinada pessoa era defendida, elogiada até, por pessoas que nada conheciam dela além do nome. “Parecia-lhes”, “tinham ouvido dizer”, “acreditavam no que lhes era dito”.

Sempre pensei que o desconhecimento nos garantisse o benefício da dúvida, mas nada mais do que isso.
A facilidade com que se elogia alguém que não se conhece torna-nos pouco credíveis, ainda que possa ser bastante útil ao elogiado. 
Para o elogiado, somos uns tontos úteis; para quem nos ouve e está habituado a “ver para crer”, não passamos de uns pobres inocentes que se deixam levar pela aparência.

O elogio é um ato nobre, que devemos praticar regularmente, mas sempre com verdade. Não é por simpatizarmos com determinada pessoa, por gostarmos muito dela até, que, automaticamente, ela passa a ser digna de encómios ou mereça de imediato a nossa defesa. O elogio e a amizade são duas atitudes distintas e ambas só são verdadeiras quando não dependem uma da outra. Elogiar um amigo não tem que ser uma ação suspeita, mas um ato de justiça.
Para elogiar ou para criticar é preciso conhecer e… ter coragem para o fazer. 
Tanto o elogio como a crítica engrandecem tanto quem os  faz como quem os recebe; caso contrário, tornamo-nos irrelevantes e apenas chamamos a atenção para os defeitos do outro.

Gabriel Vilas Boas

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