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domingo, 12 de fevereiro de 2017

A ÚNICA COISA ESTÁVEL NA VIDA É A MUDANÇA


Num dos seus mais célebres sonetos, Camões escreveu que “todo o mundo é composto de mudança”, que é como quem diz que a mudança está inscrita no código genético das pessoas e das coisas. No entanto, tememo-la, combatemo-la, difamamo-la até que ela, inevitavelmente, nos vence.
Por que tememos a mudança? Porque é maior o medo de perder o pouco que temos do que a ambição de abrir novos horizontes à nossa vida. A mudança põe-nos em causa, desafia-nos, retira-nos todo o estatuto entretanto adquirido, obriga-nos a recomeçar… A incerteza aterra-nos, desesperadamente.


No entanto, e apesar de todas as resistências e boicotes, a mudança acontece. Na nossa vida, na vida daqueles com quem nos relacionamos, na organização social, nas mentalidades e na natureza. Depois de concluída e verificando-se que ainda não “foi desta que o mundo se acabou”, acharíamos tonta a nossa solene oposição. Riríamos das nossas certezas conservadoras, acharíamos infantis os medos evocados, mas não fazemos esse exercício de humildade, para não perdermos a pose nem a convicção quando nova mudança chegar.


A mudança faz parte da vida, faz parte de nós. É uma inevitabilidade. Verdadeiramente desesperadamente e assustador seria ela ficar suspensa por uns tempos. Não poder mudar de sítio, de emprego, de maneira de ver o mundo; não poder mudar a decoração da casa nem o look das pessoas, não poder mudar de hábitos nem de vícios, não poder mudar de companhia nem de ideologia.
Obviamente que a mudança traz incertezas, pois não é certo que mudaremos para melhor. O bom e o mau dependem da forma como sabemos interagir com as circunstâncias.
Ainda que tenhamos muitos planos para a vida, os planos que a vida tem para nós são quase sempre mais excitantes.
Gabriel Vilas Boas
  

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