Como alguém escreveu, a mímica é a dramaturgia do corpo.
A construção duma cena teatral depende da dramaturgia de cada ator, por isso é necessário que o ator teatral domine, entre outros elementos, a arte da mímica. Ele é muito mais que a arte do silêncio. A mímica é uma espécie de escrita que o ator faz com o seu próprio corpo e com ele comunica e seduz o espectador.
Desde os primórdios da história do teatro a mímica esteve presente. Por exemplo, na Antiguidade greco-latina os atores usavam a mímica para que o público entendesse melhor o espetáculo.
Dentro da arte mímica encontramos dois estilos diferentes: o estilo literal e o estilo abstrato. A forma literal surge se representam objetos reais e ações concretas. O mímico “trabalha” objetos e pessoas "invisíveis", construindo a sua dramaturgia, contando histórias e quase sempre estes atores têm uma aparência inspirada no tradicional Pierrot, pois usam uma maquilhagem branca sobre o rosto. Já o estilo abstrato é para expressar os sentimentos e/ou pensamentos de forma não óbvia ou concreta, isto é, sem a necessidade de "explicar ao público" com os gestos ou de ser compreendido de forma literal, mas procurando uma expressividade intuitiva.
Nas primeiras décadas do século XX, a mímica viveu um tempo de grande sucesso devido ao grande Jacques Copeau, que haveria de passar esse talento aos seus discípulos Charles Dullin e Etienne Decroux.
Em meados do século, entre os alunos de Decroux, surgiu um tal Marcel Marceau que a todos encantou. Rapidamente o seu talento de mimo se impôs e o seu trabalho ganhou grande notoriedade.
Marceau nasceu em Estrasburgo, oriundo duma família judia francesa que não conseguiu fugir à perseguição nazi durante a segunda grande guerra mundial.
Inspirando-se em grandes comediantes como Charles Chaplin ou os irmãos Marx e nos palhaços da comédia dell’arte italiana, Marcel Marceau criou o “Bip” – o palhaço de cara pintada, casaco listrado e sujo, chapéu de ópera de seda, com uma flor espetada, significando a fragilidade da vida. Esta personagem tornou-se uma espécie de alter-ego de Marcel Marceau.
O mímico francês assinou ainda outros trabalhos dignos dos maiores encómios, como “A Gaiola”, “Andando de encontro ao vento” (que inspirou Michael Jackson no célebre passo de dança Moonwalk), “O fabricante de Máscara” ou “No Parque”.
A qualidade artística do criador do “Bip” era tão grande que ele se aventurou a criar a “Compagnie de Mime Marcel Marceau”, que apresentou os seus espetáculos nos principais teatros de Paris, sempre com grande sucesso. Marceau produziu mimodramas célebres como foi o caso de: O Pierrot de Montmartre; As 3 Perucas; A Loja de Penhor; 14 de Julho; O Lobo de Tsu Ku Mi; Paris Ri-Paris Chora e Don Juan.
A arte e o talento de Marceau chegariam a toda a gente quando a sua arte mímica apareceu na televisão. A sua atuação no programa televisivo “Show of Shows” de Max Liebman fê-lo ganhar um Emmy.
Célebre foi também a sua participação no filme “First Class”, onde representou dezassete papéis.
Depois do reconhecimento do público, surgiram as honrarias oficiais: Oficial da Legião de Honra Francesa em 1978, Oficial Nacional da Ordem de Mérito Francesa em 1998.
Por último, Marcel Marceau viu a cidade de Nova Iorque instituir, em 1999, o dia 18 de Março como o “Dia de Marcel Marceau”.
Por último, Marcel Marceau viu a cidade de Nova Iorque instituir, em 1999, o dia 18 de Março como o “Dia de Marcel Marceau”.
Gabriel Vilas Boas
Gostei do que disse, e muito bem, sobre esse génio da Mímica que se chamou Marcel Marceau! Vi na televisão programas em que ele se transcendia na Arte de fazer mímica, como nunca vi antes!
ResponderEliminarObrigado, Gabriel Vilas Boas!
EXCELENTE!!! MARCEL MARCEAU, O CÉLEBRE ARTISTA QUE ELEVOU A MÍMICA A UMA FORMA DE ARTE SUPREMA! COM A MÍMICA ELE COMUNICA E SEDUZ OS ESPECTADORES... GOSTEI MUITO DO VÍDEO. PARABÉNS GABRIEL!
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