António Costa, que há uma década homologou o fabuloso
contrato do SIRESP (Sistema integrado de Redes de Emergência e Segurança em
Portugal) acaba de afirmar, no Parlamento, que o SIRESP baseia o seu sistema de
comunicação entre as diferentes zonas do país a partir dos cabos da MEO e que
quando estes ardem ou são destruídos, a rede SIRESP funciona em modo local. Só
não esclareceu o que era “modo local”, mas para o SIRESP quer dizer por “walkie-talkie”.
Quer dizer, andamos nós a pagar 500 milhões de euros para, em
caso de incêndio, termos à disposição um sistema de comunicações de emergência
que se baseia no walkie-talkie.
Foi isto que Daniel Sanches e Bagão Félix compraram em 2005, por mais de 500 milhões de euros, quando o país já estava de tanga,
como dizia Durão Barroso? Talvez fosse um pouco mais eficaz e a culpa seja de António
Costa que em 2006 conseguiu renegociar o contrato com a SLN (sim, aquela
Sociedade Lusa de Negócios onde trabalhou antes e depois de ser ministro Daniel
Sanches e a mesma que era a dona do BPN, esse banco exemplar que nos custou a
perda dos dois salários anuais durante uns anitos), pagando um pouco menos a troco da
dispensa de algumas funcionalidades do sistema.
Na verdade, o SIRESP funciona tão bem que até falha a
comunicação dentro do Colombo ou do Meo Arena. Não é a primeira vez que o
SIRESP falha. Em 2013, durante um forte temporal, o SIRESP esteve igual a si
próprio e não funcionou, pondo em causa a atuação INEM.
Acho que todo o país já percebeu o que foi e o que é o
SIRESP – uma gigantesca fraude enquanto sistema de redes de emergência e
segurança, que serviu para lesar o Estado português em centenas de milhões de
euros, em mais uma grande negociata, daquelas que levaram o país para o fundo.
O SIRESP já não tem solução nem préstimo e disso já nos deu
todas as provas. Há mais que razões para rescindir contrato e prescindir dos
seus serviços. Ficamos desprotegidos em caso de catástrofe? Nós já estamos desprotegidos,
nós sempre tivemos desprotegidos... e a pagar para isso.
GAVB
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