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quarta-feira, 7 de junho de 2017

LUATY BEIRÃO - ISABEL DOS SANTOS: O DUELO QUE ANGOLA AGUARDA E PRECISA


Amanhã, dia 9 de junho, o escritor angolano José Eduardo Agualusa lançará o seu mais recente romance “A sociedade dos sonhadores involuntários”. Apesar de ser um romance sobre sonhos e que procura demonstrar como estes nos preparam para a realidade, organizando as nossas reações, o escritor de “Traidor Simultâneo” assume que o seu novo romance é um romance político. Obviamente sobre Angola, claramente sobre o futuro próximo do país africano que os portugueses mais amam.

Nas últimas semanas, no twitter, Isabel dos Santos e Luaty Beirão discutiam abertamente sobre que tipo de líder deve ter Angola no futuro. Ainda que acuse Luaty Beirão, há na intervenção da mulher mais poderosa de África o reconhecimento implícito da liderança cívica que Luaty corporiza junto da juventude angolana. 
Quando Isabel dos Santos cita a antiga primeira-dama norte-americana Eleonor Roosevelt “Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem pessoas” queria atingir Luaty, mas na verdade apenas o chamou para a luta mediática e ideológica que ela quer travar com ele. O que na verdade ela pensa de Luaty é aquilo que o seu marido disse, quando o elogiou como um exemplo de verticalidade e coragem do homem angolano.

A resposta de Luaty não se fez esperar, também através do twitter, e evocando outra autoridade moral – William Ellary Channing – “A grandes mentes fazem os outros grandes!”
Angola está a precisar deste debate. Era bom que o MPLA deixasse Isabel dos Santos ir à luta e que o regime permitisse que Luaty pudesse enfrentar a filha do presidente em campo aberto e leal. Talvez seja uma oportunidade para Angola deixar que os dois se defrontem, a começar pelas redes sociais, depois através da imprensa internacional e finalmente nas urnas, em eleições livres e democráticas.

Isabel prepara-se para assumir a herança do pai, mas não tem que assumir a herança do MPLA, Luaty Beirão representa o sonho da juventude angolana, que rejeita os jogos de poder, o nepotismo e a corrupção do regime.

Hoje a democracia reside no modo irreprimível como as ideias passam através das redes sociais, da imprensa estrangeira, da coragem de quem escreve sobre a realidade servindo-se ou não da capa da ficção. Isabel dos Santos já descobriu isso e desafiou Luaty Beirão para a luta. 
Era bom que mantivesse o desafio até ao fim, porque Angola precisa urgentemente de voltar a sonhar consigo. E como diria José Eduardo Agualusa “Lutar contra os sonhos é como lutar contra a correnteza de um rio”. 
GAVB

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