A não ser que seja apenas um jogo ou somente mais um jogo. Todavia
a vida não é «apenas» nem tu somente «mais um» ou sequer um «jogo», porque no
jogo podemos admitir perder, mas na vida não. E no entanto, perdemos… Por vezes,
de maneira clamorosa e calamitosa. É nessa altura que não nos apetece ir a lado
nenhum e deixamos de ter pressa. A pressa ou a vontade, quando nos des(ligam a) ilusão.
Tendemos a acreditar que não há mais balões tão bonitos
como aquele que rebentou. Não é verdade! Apenas não haverá mais aquele balão,
mas haverá mais balões tão ou mais bonitos… assim queiram os olhos do coração.
E esses são tão teimosos como pouco inteligentes. Deixá-los! Um dia hão de
cansar-se da sua miopia, especialmente se não lhe dermos toda a atenção.
Entretanto, o melhor é concentrarmo-nos na derrota com os
olhos da razão. Vamos vê-la em perspetiva. (É essa a técnica que usamos com os
outros e costuma resultar)
Concluiremos, então, que precisamos de tempo, mas não de
ficarmos parados. Sim, não há pressa, mas apenas a necessidade primordial de
continuar a caminhar, para que a vida nos traga novas ilusões que encherão novos
balões. Um dia irão rebentar também ou talvez sejas tu a rebentar com eles.
Então esta derrota foi «apenas só mais uma». “Foi”… todo o
pretérito deve ser perfeito.
E como chegar à perfeição? Devagar, porque temos pressa.
GAVB
* Título do primeiro romance de Dulce Garcia, subdiretora da revista Sábado
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