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segunda-feira, 12 de junho de 2017

NÃO TENHO VERGONHA. TENHO IMENSO ORGULHO!


Disse Diogo Lacerda Machado, após ser nomeado pelo governo português para a administração da TAP. Até há poucos meses ninguém sabia quem era, a não ser que era grande amigo do primeiro-ministro António Costa.

Há uns meses, o banqueiro António Domingues queria presidir há Caixa Geral De Depósitos sem entregar a sua declaração de rendimentos. Fez o banco público e o país perder tempo e dinheiro, até concluir que não se dava com o mínimo das transparências que se exige a um detentor de um cargo público. Quando foi embora também exclamou algo como “Não Tenho Vergonha. Tenho Imenso Orgulho.”

Após alguns anos a dar um enorme baile à PJ, ao Ministério Público e ao Tribunal, Isaltino Morais lá foi obrigado a cumprir pena de prisão efetiva por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção, mas como não tinha vergonha, e até tinha um imenso orgulho nisso, anunciou que será candidato a Oeiras nas próximas eleições autárquicas.

Ricardo Salgado afundou um banco centenário que os seus antepassados ergueram e credibilizaram com enorme esforço. No afundanço levou a PT, o país e milhares de incautos depositantes do BES que, pensando estar a fazer depósitos a prazo, estavam a comprar papel comercial do GES que nem a tinta neles usada valia. Também ele não tem vergonha nenhuma, aliás, todos crêem que deve ter um imenso orgulho nisso.

José Sócrates está altamente indiciado em vários crimes de corrupção e abuso de poder, mas continua a dizer que tudo não passa de uma cabala do juiz Carlos Alexandre e do Correio da Manhã  contra ele. Apesar de todas as evidências de que cometeu vários e graves ilícitos, o ex-governante tem imenso orgulho no que fez e culpa não sente nenhuma.


O mesmo se pode dizer de Vale e Azevedo, Pinto da Costa ou Paulo Pereira Cristóvão; de Cavaco Silva, Dias Loureiro ou António Mexia; Valentim Loureiro, Oliveira e Costa,  Duarte Lima; Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Pedro Guerra; ...

A lista é extensa e não é preciso puxar muito pela memória para acrescentar nomes e mais nomes até fazer um mural bem recheado de imundície que não há alzheimer que nos valha. Nós só podemos gostar de ser enganados, não há outra explicação para tanto descaramento sem resposta.
Não são eles, somos nós quem não tem vergonha, mas antes um  grande orgulho nesta imensa pouca vergonha.
GAVB 

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