Quatro dias e muita pressão mediática depois, o IAVE lá
enviou uma participação de “uma eventual fuga de informação” no exame de
Português do 12.ºano. Ontem, escrevi que provavelmente a batota ia compensar e,
apesar das notícias de hoje, mantenho o ceticismo.
Só hoje, dia 23 de junho, o IAVE publicou uma nota sobre o
exame de Português, porque o ruído nos jornais e redes socais é imenso. Se a
sua intenção sempre foi esta, por que esperou quatro dias para fazer participação
ao Ministério Público?
O MP abriu inquérito, mas creio que isso é só o início de
um processo burocrático, destinado a calar a desconfiança generalizada que se
instalou entre pais, alunos e professores face à idoneidade de algum(uns)
membro(s) responsável(eis) pela realização das provas, pois o processo nunca
estará pronto a tempo de produzir efeitos na candidatura dos alunos ao ensino
superior, caso seja apurada qualquer tipo de fraude.
O IAVE e o ME pediram a intervenção do MP apenas para lavarem
as mãos, pois não dão explicações convincentes sobre o caso (a que eles próprios
dão relevância, pois de contrário não faziam participação ao MP), nem acho que
ponderem seriamente a anulação da provação, já que não há nenhuma indicação do
Ministério da Educação nesse sentido. Se os alunos tiverem de se submeter a
nova prova, devia o ME alertar os discentes para essa possibilidade, a fim de os
preparar psicologicamente para o facto.
Apesar de algumas informações referirem que o ME mandou que
os corretores suspendessem a correção da prova entretanto realizada, não creio
que se esteja perto da anulação da prova.
Aquilo que se pede a um político é que esteja preparado
para tomar decisões difíceis e arriscadas, se necessárias. Neste caso, como
noutros em anos anteriores, acho que o máximo a que chegaremos é admitir que “houve
uma EVENTUAL fuga de informação, mas não se consegue apurar os autores da mesma”.
Hoje é noite de São João e os balões vão ficar em terra por
causa dos incêndios. Há uns dias escrevi que o aeroporto Francisco Sá Carneiro
parava três horas por causa dos balões. Afinal, parece que os aviões vão
levantar voo, por causa dos incêndios e das mortes de Pedrógão. Sempre houve
incêndios nesta altura do ano, mas foi preciso morrer dezenas de pessoas para
termos todo o tipo de cuidado.
O ME também precisa
de evidências brutais para tomar decisões difíceis?
GAVB
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