Certo dia, o jogador brasileiro Romário, referindo-se a Pelé
(melhor jogador de futebol de todos os tempos) disse: “O Pelé calado é um
poeta!”
Por esta altura, grande parte dos militantes e simpatizantes do PSD
pensam o mesmo de Passos Coelho, depois do seu líder ter dito e desdito que “houve pessoas que
se suicidaram por falta de apoio psicológico, na sequência dos trágicos
incêndios de Pedrógão”.
O calor até abrandou e Passos não tinha sido chamado à
conversa, mas a sua inclinação para só dizer asneira é tanta que não conseguiu
deixar de se suicidar. E fê-lo em grande estilo e com péssimo gosto.
Como pode ele falar em suicídios por falta de apoio psicológico
sem confirmar essa informação? Como pode ele falar em mais mortes quando o país
ainda não sarou as feridas de há dez dias? Que sentiu aquela gente que perdeu
tudo, que viu parentes queimados pelas chamas, ao ouvir estas palavras do
ex-primeiro ministro? É bom que Passos não se esqueça do lugar que ocupou, pois
isso ainda é uma responsabilidade, que ele descura.
Numa altura em que o país assiste com tristeza mas sem
surpresa ao jogo do empurra sobre as culpas do incêndio de Pedrógão,
aprofundando a desilusão que sente em relação a quem o governa, Passos Coelho
bem podia estar calado. Ou então aproveitar o tempo de antena que cabe ao líder
do PSD para mostrar solidariedade, acompanhar os seus autarcas aos locais
atingidos pelo fogo, a fim de perceber as necessidades daquela gente.
Quando fala em suicídios por falta de apoio psicológico
insulta o sofrimento daquela gente, a coragem de muitos bombeiros que
combateram para lá do limite das suas forças um fogo descomunal.
Das várias reportagens que se fizeram sobre o incêndio de
Pedrógão, retenho uma, onde um autarca do concelho aludiu ao desespero de um bombeiro, que pediu
que lhe dessem uma injeção para morrer. Quando Passos proferiu aquelas
miseráveis palavras sobre suicídios lembrei-me desse herói sem nome e imaginei o
que ele e a família sentiram ao ouvir as palavras de Passos. Provavelmente um
grande nojo!
A cabotinice, a gula da gabarolice já é de tal tamanho que o ppc perdeu o controle. Ele já não diz o que sabe nem sabe o que diz. De facto, como diz o artigo, ppc calado é um poeta. E dos "vons". Um pouco de vergonha na cara não lhe ficaria mal.
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