Einstein dizia que era mais fácil desintegrar um átomo do
que um preconceito. E quem é vítima de um qualquer preconceito entende
perfeitamente este lamento do célebre cientista.
O preconceito é uma espécie de vírus cultural que nasce
connosco, fruto do caldo civilizacional em que somos gerados. Ou tratamos de o
combater com inteligência ou ele consome-nos a alma em lume brando.
Muitos de nós jamais admitirão qualquer atitude
preconceituosa. A sua definição de preconceito é, no entanto, muito curta e não vai além da
cor de pele. O problema do preconceito é ser uma doença insidiosa que se
instala no nosso disco rígido e muda as configurações com que vemos e avaliamos
os outros.
Ele revela-se quando falamos do sotaque do aldeão, quando
menosprezamos a ideologia política daqueles que defendem outra visão da
sociedade, no modo como ridicularizamos a preferência clubísticas daqueles que
se desabituaram de ganhar, no desprezo com que nos referimos a alguém menos
letrado ou no riso escarninho com que comentamos o modo de vestir da outra… Os
exemplos são variados e abundantes.
Por que somos tão preconceituosos? A principal razão é a ignorância.
A nossa pretensa superioridade moral, ética ou cultural resulta da soberba falta
de conhecimento das razões que levam os outros a ser diferentes. A isto acresce
a arrogância de pensar que somos melhores, só porque somos maioritários ou mais
endinheirados ou mais cultos. Toda a maioria como toda a riqueza ou sabedoria é
relativa. Verificamos isso quando viajamos, quando as circunstâncias nos
colocam “do outro lado” ou então nos apaixonamos por alguém que personifica
tudo aquilo criticámos ou ridicularizámos.
O preconceito é um modo cruel de magoarmos o outro. Quando
o fazemos reiterada e conscientemente transforma-se em maldade.
Nunca é tarde para abrimos mão dos nossos preconceitos.
Observar aquele que é diferente apenas como alguém que é diferente e deixá-lo
Ser, à sua maneira, sem o constranger, sem o humilhar.
Assumir a nossa verdade; agir de acordo com os valores da
vida, isto é, respeitando a diferença. Não porque é bonito ou nos traz vantagem
moral, mas apenas porque a dignidade dos outros é tão importante como a nossa.
Gabriel Vilas Boas
Muito bom o texto! Infelizmente há muito preconceito mesmo na era da informação, onde,supostamente, deveríamos ser mais informados!
ResponderEliminarVou espalhar através do blog, tem de chegar ao maior número de pessoas,.nem.que seja para fazer refletir
Muito bom! Lamentavelmente os professores conseguem fazer isso muito bem. Que péssimo exemplo dão aos seus alunos.Tenho sentido isto na pele. Recorri ao psiquiatra para tentar descobrir os motivos.
ResponderEliminarSó corrijo: "preconceito no modo como ridicularizamos uma diferente preferência clubística", se não dá ideia que só está a falar da situação do teu clube... eh eh eh!
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