O Banco Central Europeu (BCE)
vetou metade dos nomes que o governo português nomeou para a Caixa Geral de Depósitos
(CGD).
Supostamente, o governo exerce
o poder num país soberano e a CGD é um banco de capitais exclusivamente
públicos, mas o BCE é que decide quem pode ou não pode ser seu administrador.
Como muito bem notou Pedro
Santana Lopes, o BCE ultrapassou todas as marcas. Não é um governo socialista
que está a ser humilhado, mas sim o governo de Portugal, o país e o povo
português.
Quando um governo de um país
não tem autonomia para nomear (bem ou mal, isso não interessa para o caso) a
administração de um banco público, deve questionar-se o que está a fazer em
funções.
Se há regras claras, escritas
e que todos os outros governos europeus cumprem (e isso é facilmente
verificável) e o governo as infringiu com estas nomeações frustradas para a
CGD, então governo português é grosseiramente incompetente e deve demitir-se.
Se o caso não é esse, então o BCE está a exorbitar claramente as suas funções e
poderes e o governo português deve explicar-lhes que em Portugal manda o
governo português.
O problema do governo
português é que as razões evocadas pelo BCE, para estas palmadas no rabo do
menino mimado e pobre mas com manias de rico, são atendíveis. O BCE diz que os
nomeados pelo governo para a CGD têm excesso de «tachos» e défice de
competências. Aconselhou alguns a irem estudar primeiro, para adquirirem as
competências suficientes para o cargo.
E quando vemos a lista dos
vetados verificamos que muitos deles exercem cargos em importantes instituições
bancárias e de outro tipo, como se a nova administração da CGD fosse uma
espécie central de negócios do detestável bloco central de interesses.
Entretanto o maior banco
português, o maior financiador da economia nacional e o verdadeiro braço armado
do governo para intervir na economia está parado! Os que vão sair nunca mais
saem e estão em gestão; os que entram chumbaram no exame de admissão de modo
humilhante.
Tudo isto seria cómico e
divertido se não fosse trágico, pois estamos a falar de Portugal, o nosso país,
a pátria que amamos. Será que ninguém na geringonça diz a Costa e a Centeno que
até na cozinha é preciso alguma competência? No mínimo deve-se saber polir
metais!
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