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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O GOVERNO JÁ NEM NOS TACHOS MANDA


O Banco Central Europeu (BCE) vetou metade dos nomes que o governo português nomeou para a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Supostamente, o governo exerce o poder num país soberano e a CGD é um banco de capitais exclusivamente públicos, mas o BCE é que decide quem pode ou não pode ser seu administrador.
Como muito bem notou Pedro Santana Lopes, o BCE ultrapassou todas as marcas. Não é um governo socialista que está a ser humilhado, mas sim o governo de Portugal, o país e o povo português.
Quando um governo de um país não tem autonomia para nomear (bem ou mal, isso não interessa para o caso) a administração de um banco público, deve questionar-se o que está a fazer em funções.

Se há regras claras, escritas e que todos os outros governos europeus cumprem (e isso é facilmente verificável) e o governo as infringiu com estas nomeações frustradas para a CGD, então governo português é grosseiramente incompetente e deve demitir-se. Se o caso não é esse, então o BCE está a exorbitar claramente as suas funções e poderes e o governo português deve explicar-lhes que em Portugal manda o governo português.
O problema do governo português é que as razões evocadas pelo BCE, para estas palmadas no rabo do menino mimado e pobre mas com manias de rico, são atendíveis. O BCE diz que os nomeados pelo governo para a CGD têm excesso de «tachos» e défice de competências. Aconselhou alguns a irem estudar primeiro, para adquirirem as competências suficientes para o cargo.

E quando vemos a lista dos vetados verificamos que muitos deles exercem cargos em importantes instituições bancárias e de outro tipo, como se a nova administração da CGD fosse uma espécie central de negócios do detestável bloco central de interesses.
Entretanto o maior banco português, o maior financiador da economia nacional e o verdadeiro braço armado do governo para intervir na economia está parado! Os que vão sair nunca mais saem e estão em gestão; os que entram chumbaram no exame de admissão de modo humilhante.

Tudo isto seria cómico e divertido se não fosse trágico, pois estamos a falar de Portugal, o nosso país, a pátria que amamos. Será que ninguém na geringonça diz a Costa e a Centeno que até na cozinha é preciso alguma competência? No mínimo deve-se saber polir metais! 

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