O título repete para um provérbio africano que nos recorda
o extraordinário valor da amizade, do companheirismo, da saudade de um passado
feliz.
Com muita frequência “metemos”
a felicidade nessa infância/adolescência em que éramos felizes sem o sabermos, mas a verdade é que o nosso discurso já não consegue sair desse «eu» que nos perdeu. Uma das chaves
da felicidade era muitas das nossas frases começavam em «nós». A nossa turma, o
nosso grupo de amigos ia para o rio em manda, no verão; esperavam uns pelos
outros; todos desejam o sucesso do parceiro… e por aí diante. Até que achámos
que a nossa afirmação se devia pela exclusão dos menos qualquer coisa! E a vida fez-nos
a vontade com requinte.
Olhámos com saudade as pegadas
que fizemos, sabemos de cor os donos daquelas marcas no tempo, porque elas
ficaram tatuadas na alma de cada um, mas achamos uma ingenuidade retomá-las.
Não é ingenuidade, é pouca inteligência e medo de falhar.
Não se trata de recuperar literalmente
os heróis do passado, procurando que eles nos façam novamente felizes, mas apenas
restaurar a fórmula de sucesso. Não encontramos ninguém em quem confiar? Todos
nos parecem maus e egoístas? Temos receio de fazer papel de tontos? Convém
lembrar que o grupo que nos fez felizes não foi escolhido a dedo. Nele havia
todo o tipo de camarada e na altura nem os achávamos nada de especial, todavia
não eram… egoístas, medrosos,
traiçoeiros. Pois… temos mais medo daquilo em que nos tornámos que força e
coragem em buscar aquilo que desejámos.
Ontem escrevi que para ser
diferente é preciso coragem e para fazer diferença necessitamos de muita
competência. Nunca descobriremos se temos ou não competência para voltarmos a «nós» se não tivermos coragem de tentar.
GAVB
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